MCT além da produção de energia

Triglicerídeos de cadeia média

Os triglicerídeos de cadeia média (TCM), do inglês Medium Chain Triglycerides (MCT), são ácidos graxos saturados de cadeia linear com números de carbono geralmente entre 6 e 10. Entre eles, o ácido caprílico (C8) e o ácido cáprico (C10) são as formas dominantes. Esse tipo de gordura é bastante conhecido pela sua capacidade de produzir corpos cetônicos (CC).

Quando ingeridos, os MCTs conseguem ser absorvidos de maneira mais fácil no intestino, sendo entregues diretamente para o fígado através da veia porta. Isso acontece devido ao número reduzido de cadeias carbônicas que compõem a sua estrutura, enquanto os triglicerídeos de cadeia longa (LCTs), por exemplo, precisam ser transportados por quilomícrons ao sistema linfático para formar novos triglicerídeos (TG).

Considerados uma substância hidrofílica, os MCTs são utilizados preferencialmente como fonte de energia nas mitocôndrias, através da beta-oxidação. Seu rápido metabolismo leva à produção de CC — acetato, acetona e beta-hidroxibutirato —, utilizado como fonte instantânea de energia para o corpo. Por isso, essas gorduras são menos propensas a ser ressintetizadas para formar novos TGs, os quais têm maior tendência a ser acumulados na forma de gordura corporal.

Mecanismo de absorção de MCTs e LCTs no lúmen intestinal (Adaptado de Lobato, 2011).

Dessa forma, os MCTs podem fornecer corpos cetônicos em situações de privação de glicose. Durante o jejum prolongado e as dietas cetogênicas, o fígado produz CC como fonte de energia para tecidos como o cérebro. Algumas dessas moléculas conseguem atravessar a barreira hematoencefálica e são oxidadas nas células cerebrais. Por esse e outros motivos, a utilização de MCTs se mostra benéfica para melhorar a função cognitiva e controlar crises de epilepsia farmacorresistentes, além de atuar em outras condições sistêmicas.

O que dizem as pesquisas sobre MCT?

Devido ao seu potencial efeito em várias condições diferentes, pesquisadores buscam aprimorar cada vez mais as evidências sobre o MCT. Siga a leitura e confira algumas delas.

Qualidade de vida de adultos mais velhos

Um ensaio clínico randomizado e controlado, realizado no Japão, em 2023, com 119 adultos mais velhos (60-74 anos) com baixo IMC, investigou os efeitos da ingestão contínua de MCT por 12 semanas, aliada a exercícios de intensidade moderada, na qualidade de vida e saúde geral. Os indivíduos foram divididos em 4 grupos: um grupo recebeu 6 g/dia de LCT e o outro recebeu 6 g/dia de MCT, sendo esse último dividido nos seguintes subgrupos: ácido decanoico, ácido octanoico em altas doses e ácido octanoico em baixas doses.

Além disso, os participantes realizaram caminhadas de aproximadamente 40 minutos,
2 vezes por semana. Ao longo do experimento, dados da saúde subjetiva (SF-36, versão japonesa, e questionário QVRS) e força de extensão do joelho (FEJ) foram medidas nas semanas 0, 4, 8 e 12.

Como resultado, os domínios de função física, saúde geral e vitalidade, além do resumo do componente saúde mental do SF-36 mostraram aumentos significativos nas pontuações nos grupos que receberam MCT em comparação ao LCT (p < 0,05). Ainda, houve aumento significativo nas pontuações de saúde mental nos grupos ácido decanoico e ácido octanoico em baixas doses, em comparação ao LCT (p < 0,05).

Ao final do experimento, todos os grupos MCT apresentaram aumento em relação ao valor basal na força de extensão do joelho direito (FEJD) em comparação ao LCT. Uma correlação positiva fraca foi encontrada entre a FEJ e o resumo do componente mental do SF-35 (0,40; p < 0,05) no grupo ácido decanoico.

Ainda, uma correlação positiva fraca entre a FEJ e o componente vitalidade foi observada no grupo ácido octanoico em baixas doses (0,42; p < 0,05). Já no grupo ácido octanoico em altas doses, foi encontrada uma correlação positiva fraca entre a FEJD e o componente de função física (0,38; p < 0,05).

Portanto, os pesquisadores demonstraram que a ingestão de MCTs e a caminhada melhoram potencialmente os aspectos mentais da qualidade de vida em adultos de meia-idade e idosos sem hábitos de exercício e com baixo IMC.

Redução da fadiga

Os autores deste estudo hipotetizaram que o MCT pode influenciar na redução da fadiga. O SF-36 avalia a saúde física e mental subjetiva, mas também é utilizado para avaliar a fadiga subjetiva, seja ela física ou mental. Foi sugerido que a diminuição da produção de ATP devido à disfunção mitocondrial e inflamação celular causada pelo estresse oxidativo estão relacionadas à fadiga.

Os MCTs parecem ter a capacidade de aumentar a biossíntese mitocondrial e ativar enzimas relacionadas ao metabolismo em tecidos como o sistema nervoso e o músculo esquelético e, dessa forma, diminuir o estresse oxidativo. O beta-hidroxibutirato também aumenta a expressão de enzimas antioxidantes.

Dessa forma, os autores acreditam que um aumento na produção de ATP e capacidade antioxidante podem ter sido os mecanismos adjacentes para a melhora dos escores do SF-36, indicando alívio da fadiga subjetiva.

Em adição, a ingestão de MCTs ricos em ácido octanoico já demonstrou aumentar a albumina sérica (não mensurada), a massa muscular e a força, o que teria influenciado, em conjunto com a atividade física, no aumento da força de extensão do joelho.

Desempenho cognitivo

A utilização de MCT visando à melhora do desempenho cognitivo também é explorada. Um ensaio clínico randomizado e controlado feito com 48 adultos examinou os efeitos do lipídio na cognição a partir de três grupos: o grupo controle positivo (LD + MCT) recebeu L-leucina (1,2 g) + colecalciferol (20 μg) + MCT (6 g), o grupo teste recebeu apenas MCT (6 g) e o grupo controle negativo recebeu LCT (6 g). Massa muscular, força, função e atividades da vida diária (AVDs) foram monitoradas na linha de base, 1,5 e 3 meses após o início da intervenção e 1,5 mês após o seu término. Para avaliar a função cognitiva, foram realizados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a escala geriátrica NM.

Após 3 meses, a diferença na pontuação do MEEM entre os grupos MCT e LCT foi significativa (médias de 21 pontos e 16,3 pontos, respectivamente; p < 0,05). Ainda, a suplementação de MCT aumentou a pontuação total do MEEM em 3,5 pontos em relação à linha de base, enquanto no grupo LCT houve uma diminuição de 0,7 pontos.

Houve aumento na pontuação do MEEM de acordo com o tempo de suplementação. Entretanto, os escores retornaram a um nível próximo ao basal 1,5 mês após o término da intervenção. Com relação à escala NM, não houve diferença significativa entre os grupos após 3 meses, apesar de a suplementação com MCT aumentar a pontuação em 2,7 pontos, enquanto no grupo LCT ela diminuiu em 3,4.

Os pesquisadores destacam que, a partir dos resultados obtidos, as alterações nas pontuações se devem ao MCT em si devido à ausência de diferenças significativas entre os grupos MCT e LD + MCT. Ainda, parece necessária uma intervenção de 3 meses para obter os resultados na cognição de idosos frágeis, embora seus efeitos pareçam reversíveis.

Energia cerebral, imagem funcional e cognição

Nesse mesmo sentido, outro estudo objetivou relatar os resultados cognitivos do ensaio Brain Energy, Functional Imaging and Cognition (BENEFIC). Oitenta e três participantes receberam um drink cetogênico com MCT ou placebo (250 ml/dia) por 6 meses e tiveram suas funções cognitivas avaliadas, bem como níveis de cetonas circulantes e respostas metabólicas.

Os escores brutos do primeiro teste de recordação livre melhoraram significativamente no grupo intervenção, além de ter havido menos erros em todas as condições do teste Trail‐Making e testes Stroop (p < 0,05). Não houve mudanças nas pontuações de atenção bruta ou normalizada ou na velocidade de processamento.

A alteração nas cetonas totais correlacionou-se positivamente com a mudança em vários testes cognitivos de memória episódica, função executiva e linguagem (r = +0,229 a +0,325; p < 0,042 a 0,0028). Correlações também foram observadas entre a mudança nos níveis de cetona e menos erros totais (r = -0,233; p = 0,0040) e a troca de números e letras (r = +0,268; p = 0,042).

Ácido caprílico livre de plasma (C8) e ácido cáprico (C10) (A) e resposta de cetonas totais (B) ao longo do dia de estudo metabólico de 4 horas. Os dados são médias ± desvio padrão (Fortier et al., 2020).

Melhora no equilíbrio

Os resultados supracitados vão ao encontro de um ensaio clínico randomizado e controlado de 2022, realizado com 63 idosos que receberam MCT (6 g) ou placebo (LCT 6 g) diariamente por 6 meses. Verificou-se que, além da melhora no equilíbrio, o grupo MCT apresentou uma menor captação regional de glicose no córtex pericentral em comparação ao placebo, fato que se correlacionou significativamente com uma melhora no equilíbrio da marcha (r  = 0,371; p = 0,043).

O envelhecimento cognitivo e a sarcopenia fazem com que a marcha seja menos automática em idosos. Já foi relatado que uma melhor previsão de pré-fragilidade/fragilidade pode ser alcançada quando parâmetros de desempenho da marcha são incluídos. A influência do MCT nesse caso parece ser da ação do seu mecanismo hipoglicêmico focal do lado direito do cérebro.

Uma vez que o córtex sensório-motor primário está relacionado com o equilíbrio, como demonstrado pelos resultados de correlações parciais no grupo MCT, ele pode estar ligado à estabilidade dinâmica da marcha que acompanha os movimentos voluntários, incluindo equilíbrio e simetria, possivelmente através de controles locomotores sensoriais e cerebelares.

Doença de Alzheimer

Devido à sua capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica e fornecer energia ao cérebro, os CC como o beta-hidroxibutirato, produzidos a partir do MCT, são estudados em doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer (DA).

Um estudo feito com 19 pacientes com diagnóstico de DA leve a moderada examinou os efeitos da administração aguda e crônica de uma fórmula cetogênica contendo 20 g de MCT. O primeiro estudo, duplo-cego e controlado por placebo, consistiu em duas visitas para cada paciente, nas quais ele recebia aleatoriamente a fórmula MCT ou placebo (TCL). Após o consumo, testes cognitivos e amostras sanguíneas foram obtidas. Em seguida, um estudo longitudinal de 12 semanas foi realizado, no qual cada participante ingeriu a fórmula diariamente, junto com sua dieta habitual. Amostras de sangue foram obtidas a cada 4 semanas, e testes cognitivos foram aplicados nas semanas 4, 8 e 12.

Não foi encontrado efeito agudo significativo no primeiro estudo. Porém, após 12 semanas, melhoras significativas no teste de codificação de dígitos e símbolos e de memória lógica imediata foram obtidas em comparação à linha de base (p < 0,05). Os pesquisadores não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os níveis de corpos cetônicos, possivelmente devido à falta de padronização no horário de ingestão da bebida pelos participantes.

Corpos cetônicos na DA

O comprometimento da utilização da glicose pelo cérebro é uma característica inicial da DA, e os sintomas clínicos da doença comumente ocorrem em conjunto com uma redução na taxa metabólica cerebral da glicose, o que pode estar associado à resistência local à insulina no cérebro. Há evidências de que os corpos cetônicos têm efeitos neuroprotetores e podem melhorar a função cognitiva, reduzindo os níveis de Aβ e de fosforilação da proteína tau.

Além disso, uma vez que o metabolismo dos corpos cetônicos imita algumas ações da insulina e pode auxiliar na resistência à insulina, os pesquisadores sugerem um potencial benefício terapêutico dos corpos cetônicos na fisiopatologia da DA.

MCT com outros nutrientes neuromoduladores

Uma pesquisa realizada em modelo animal de DA teve como objetivo investigar o efeito da suplementação de MCT combinado com ácido docosa-hexaenoico (DHA) na apoptose de células nervosas e nos níveis de expressão de indicadores da doença, como Aβ, APP, BACE1 e PS1. Os camundongos foram divididos em quatro grupos: grupo MCT (100 g/kg de MCT), grupo DHA (2,91 g/kg de DHA), grupo MCT + DHA (2,91 g/kg de DHA e 100 g/kg de MCT) e grupo controle (dieta regular, sem suplemento).

Após 8 meses de intervenção, os níveis de expressão de Aβ e APP nos grupos DHA, MCT e MCT + DHA foram significativamente inferiores ao grupo controle (p < 0,05). Além disso, os níveis no grupo MCT + DHA no hipocampo e córtex foram inferiores aos outros grupos de intervenção (p < 0,05).

A suplementação de MCTs combinada com DHA diminuiu os níveis de expressão da proteína beta amiloide (Aβ) e da proteína precursora de amiloide (APP) no córtex cerebral e hipocampo de camundongos APP/PS1. Micrografias representativas da coloração com 3,3’-diaminobenzidina (DAB) de Aβ no hipocampo e no córtex cerebral. A coloração marrom das placas difusas indicou a presença de Aβ. Barra de escala = 100 μm (A). Análise quantitativa dos níveis de expressão de Aβ no hipocampo (B) e no córtex cerebral (C). Micrografias representativas da coloração DAB de APP no hipocampo e no córtex cerebral. APP apresentou-se como grânulos marrons na coloração. Barra de escala = 50 μm (D). Análise quantitativa dos níveis de expressão de APP no hipocampo (E) e no córtex cerebral (F). Cada coluna de mesclagem abaixo representava uma imagem ampliada da região retangular de sua imagem correspondente na coluna de mesclagem superior. Os valores plotados foram expressos como média ± DP (n = 5 camundongos/grupo). *: p < 0,05 comparado ao grupo Controle. &: p < 0,05 comparado ao grupo DHA. #: p < 0,05 comparado ao grupo MCTs (Wang et al., 2023).

O ensaio TUNEL revelou que o número de células apoptóticas no grupo controle foi o maior entre os quatro grupos (p < 0,05), com as menores taxas apoptótica e de apoptose encontradas nos grupos MCT + DHA.

Análise quantitativa da apoptose de células nervosas no hipocampo (A). Análise quantitativa da apoptose de células nervosas no córtex cerebral (B). Os valores plotados foram expressos como média ± DP (n = 5 camundongos/grupo). *: p < 0,05 comparado ao grupo Controle. &: p < 0,05 comparado ao grupo DHA. #: p < 0,05 comparado ao grupo MCTs (Wang et al., 2023).

Em conclusão, os pesquisadores ressaltam que a suplementação de MCT combinada com DHA melhorou o metabolismo cerebral da glicose e diminuiu a apoptose de células nervosas e proteínas relacionadas à DA, sendo significativamente mais benéfica do que MCT e DHA isolados.

Epilepsia farmacorresistente

A dieta cetogênica (DC) é um regime com alto teor de gordura, restrito em carboidratos e adequado em proteínas que se mostra benéfico no controle da epilepsia farmacorresistente. Uma modificação na DC foi introduzida na década de 70 utilizando MCT como fonte alternativa de gordura, pois, além de melhorar a palatabilidade, ele produz mais cetonas por quilocalorias do que o LCT e é absorvido com maior eficiência, com transporte direto para o fígado. Nesse modelo de DC modificada, em torno de 60% da energia é derivada do MCT.

Uma pesquisa randomizada verificou se a DC clássica é mais eficaz do que a DC com MCT no controle de convulsões em casos de epilepsia. Uma amostra inicial de 94 crianças foi alocada para as respectivas dietas: a DC clássica foi iniciada na proporção 2:1 (gordura:carboidrato+proteína) e aumentada gradualmente até atingir 4:1. A dieta MCT foi iniciada com 15% de carboidratos, 10% de proteínas e 30% de LCT, com a gordura MCT aumentando gradativamente conforme a tolerabilidade, até atingir em torno de 45% do total de energia. A eficácia das dietas foi avaliada aos 3, 6 e 12 meses.

A porcentagem média de convulsões inicial no grupo MCT caiu para 62,25%, isso sendo 4,26% menor do que no grupo da dieta clássica (p>0,05). Após 3 meses, 26 crianças no grupo clássico e 27 no grupo MCT puderam ter a dose da medicação antiepiléptica reduzida. Após 3, 6 e 12 meses, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos com relação às crises. Além disso, não houve diferenças significativas entre os grupos nos números que alcançaram redução de convulsões superior a 50% e 90%, ou redução da dose da medicação após 3 meses. Os pesquisadores destacam que não há diferenças entre as duas dietas e que ambas se mostraram eficazes na epilepsia farmacorresistente.

Dados sobre a DC na epilepsia já foram compilados em revisões sobre o tema: um estudo com 150 crianças com média de 410 convulsões/mês mostrou que, um ano após o início da DC, 27% obtiveram >90% de redução na frequência das crises e 7% ficaram livres delas. Uma pesquisa brasileira com 70 crianças com epilepsia refratária também mostrou resultados positivos: após um ano, 70% das crianças tiveram >75% do controle das crises.

Mecanismo de ação da DC na epilepsia

O mecanismo de ação da DC na epilepsia ainda não foi totalmente esclarecido. Porém, pesquisas em modelos animais da doença sugerem que envolve alterações na função mitocondrial, efeitos dos corpos cetônicos na função neuronal e nos neurotransmissores, efeitos antiepilépticos de ácidos graxos e/ou estabilização da glicose.

Um estudo observou que a DC por 28 dias em um modelo animal exerceu efeitos antiepileptogênicos, melhora cognitiva e efeitos neuroprotetores. A DC inibiu a regulação positiva do canal iônico sensível ao ácido 1a (ASIC1a) — que medeia a lesão neuronal dependente de Ca2+ durante a acidose — e a subsequente sobrecarga celular de Ca2+ e restaurou a estrutura e função perturbadas das mitocôndrias.

Além disso, os corpos cetônicos podem aumentar a hiperpolarização do potencial de membrana e a síntese do neurotransmissor inibitório ácido γ-aminobutírico (GABA) e diminuir a liberação de neurotransmissores excitatórios, como glutamato, norepinefrina ou adenosina.

Ganho de massa muscular

Um ensaio clínico randomizado e controlado, realizado em 2023, testou se a ingestão contínua de MCT é eficaz na manutenção e prevenção da perda de massa e força muscular esquelética em adultos mais velhos e idosos saudáveis. Durante a intervenção, que durou 12 semanas, os participantes foram instruídos a caminhar 40 minutos, 2 vezes por semana. Ainda, dados de força de preensão manual, força de extensão do joelho e capacidade de caminhada foram medidas nas semanas 4, 8 e 12.

O alimento teste continha 3 g de TCL e/ou 3 g de MCT. Dois pacotes eram administrados diariamente, e os indivíduos de cada grupo receberam um dos seguintes alimentos como experimental: alimento controle (TCL), alimento com ácido decanoico, alimento com ácido octanoico em baixa dose ou alimento com ácido octanoico em alta dose.

Na semana 12, a força de extensão do joelho em todos os grupos MCT mostrou um aumento em comparação à linha de base. O grupo ácido octanoico em alta dose e o grupo ácido decanoico exibiram valores mais elevados em comparação ao controle. A força de preensão máxima da mão esquerda aumentou significativamente em relação ao valor basal no grupo de altas doses de ácido octanoico e no grupo de ácido decanoico (p<0,05).

Além disso, a força de extensão do joelho direito ou bilateral de todos os grupos MCT foi significativamente maior do que a do grupo controle após 8 e 12 semanas em comparação à linha de base e após 12 semanas em comparação ao placebo (p<0,05). É sabido que a força de extensão do joelho é usada como medida representativa do apoio dos membros inferiores durante a caminhada, e está relacionada à independência dos idosos.

Ativação da grelina

É proposto que a ativação da grelina pelos MCTs dietéticos é um possível mecanismo pelo qual esses nutrientes aumentam a função muscular. A grelina é ativada pela O-n-octanoilação, que estimula a secreção do hormônio do crescimento, levando ao aumento da massa muscular.

Além disso, a grelina também é um hormônio orexígeno que afeta o comportamento associado à alimentação para buscas alimentares na natureza e tem como alvo os circuitos do hipocampo, que integra alimentação com o comportamento cognitivo. Isso explicaria em partes a ação do MCT no aumento da cognição.

Em estudos com animais, injeções de grelina no hipocampo aumentaram a ingestão alimentar e a retenção de memória. A grelina entra no hipocampo e se liga aos neurônios locais, onde afeta a formação de sinapses e geração de potenciação a longo prazo, juntamente com melhor aprendizagem espacial e memória. Além disso, a interrupção do gene que codifica a grelina resultou na diminuição do número de sinapses espinhais na região CA1 e no desempenho prejudicado de camundongos em testes de memória comportamental.

Um possível mecanismo para melhorias induzidas por MCT na sarcopenia e na cognição em idosos frágeis (Abe et al., 2020).

Fontes de MCT

Os óleos de coco e de palma são ricos em ácido láurico, um lipídio cuja estrutura química possui 12 carbonos. Entretanto, não há consenso entre os pesquisadores sobre a classificação do mesmo como MCT ou LCT.

vertentes que defendem que a absorção e a utilização dessa gordura podem se assemelhar às dos LCT, e não às dos MCT, tendo menor efeito cetogênico. Por isso, dar preferência para fontes de MCT isoladas em C8 e C10 pode ser uma estratégia para garantir os seus efeitos.

Suplementação

O MCTlift é um óleo de coco ultrapurificado e 7 vezes mais concentrado em ácidos caprílico (60%) e cáprico (40%). Sua fórmula 100% TCM e seu sabor e aroma neutros trazem versatilidade ao produto, que pode ser utilizado nas mais diversas receitas doces, salgadas ou até mesmo no café, o bulletproof coffee.

Falando em café, o MCT também está na composição do Brainstorm Coffee, uma bebida funcional disponível em dois sabores: cacau e especiarias ou caramel latte.

Além disso, a nova fórmula do Vegan Delight traz em sua composição MCT na forma de C8 e C10. Essa opção nutritiva e deliciosa que combina o sabor suave e aveludado do coco com os benefícios do MCT pode enriquecer suas bebidas e receitas.

ABE, Sakiko; EZAKI, Osamu; SUZUKI, Motohisa. Medium-Chain Triglycerides (8: 0 and 10. The Journal Of Nutrition, 2020.

A SILLS, M. et al. The medium chain triglyceride diet and intractable epilepsy. Archives Of Disease In Childhood, 1986.

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