Suplementação de colágeno e ganhos na composição corporal
Os músculos esqueléticos representam cerca de 35% do peso corporal, desempenhando diversas funções essenciais no corpo. Assim, a preservação da massa muscular é de vital importância para a promoção da saúde e o envelhecimento saudável. Neste sentido, a grande maioria das prescrições incluem exercícios de resistência combinados com suplementação proteica.
Os efeitos da ingestão adicional de proteína são amplamente conhecidos, e incluem aumento na biossíntese de proteína muscular, na área de seção transversal da fibra muscular e na força, além de beneficiar a composição corporal aumentando a massa magra e diminuição da massa gorda corporal.
Colágeno como suplementação proteica
Além das tradicionais fontes de suplementação proteica, como whey protein, proteínas vegetais ou aminoácidos isolados, estudos recentes demonstram potencial de melhora na composição corporal com o uso de suplementação através de peptídeos específicos de colágeno hidrolisado BODYBALANCE , em associação com exercícios de resistência.
O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano, representando cerca de 30% do total. É um elemento importante da matriz extracelular do músculo esquelético e dos tendões e é o principal responsável pela sua funcionalidade em termos de transmissão de força, flexibilidade e adaptação.
Quando na forma de peptídeos, o colágeno tem alta taxa de absorção pelo intestino delgado. Uma vez no organismo, atua como molécula sinalizadora, desencadeando processos anabólicos no músculo esquelético. Foi demonstrado que os peptídeos de hidroxiprolina-glicina (Hyp-Gly) induzem a diferenciação de mioblastos, bem como a hipertrofia do miotubo, ativando a via mTOR.
Além disso, a arginina e a glicina, presentes em grande quantidade no colágeno, são conhecidas por serem substratos importantes para a síntese de creatina no corpo humano. A glicina também tem forte potencial anti-inflamatório e atenua a perda de massa muscular em vários modelos de perda de peso.
Aminograma dos peptídeos de colágeno
Aminoácido | Peso(%) | Mol(%) |
---|---|---|
Hidroxiprolina | 11-3 | 9-6 |
Ácido aspártico | 5-8 | 4-8 |
Serina | 3-2 | 3-4 |
Ácido glutâmico | 10-1 | 7-5 |
Glicina | 22-1 | 32-3 |
Histidina | 1-2 | 0-8 |
Arginina | 7-8 | 5-0 |
Treonina | 1-8 | 1-7 |
Alanina | 8-5 | 10-5 |
Prolina | 12-3 | 11-8 |
Tirosina | 0-9 | 0-5 |
Hidroxilisina | 1-7 | 1-2 |
Valina | 2-4 | 2-3 |
Metiolina | 0-9 | 0-9 |
Lisina | 3-8 | 2-9 |
Isoleucina | 1-3 | 1-1 |
Leucina | 2-7 | 2-3 |
Fenilalanina | 2-1 | 1-4 |
Selecionamos abaixo alguns dos principais estudos clínicos que avaliaram os efeitos da combinação de exercício de resistência com suplementação de colágeno em diferentes perfis populacionais. Em todos esses casos, foram utilizados peptídeos BODYBALANCE, que têm como base o colágeno tipo I. Ao passar por um processo de hidrólise enzimática patenteado, estes peptídeos são direcionados para vias metabólicas diferentes dos voltados para os tecidos da pele e cabelo.
Colágeno e composição corporal de mulheres adultas
O ajuste na composição corporal, com redução do percentual de massa gorda e aumento da massa magra, é hoje um dos principais objetivos de adultos que buscam ganhos de saúde e estéticos. Estudo realizado na Universidade de Friburgo, Alemanha, mostrou que os peptídeos de colágeno hidrolisado podem potencializar esse efeito em mulheres que fazem treinamento de resistência três vezes por semana.
No total, 77 mulheres, com idade média de 38 anos, concluíram a pesquisa de 12 semanas. Divididas em dois grupos, as que receberam suplementação diária de 15 gramas de peptídeos de colágeno hidrolisado registraram melhoria superior na composição corporal.
A redução no percentual de massa gorda foi maior que a registrada no grupo que foi suplementado com placebo.
Alterações nos percentuais de massa magra e massa gorda após 12 semanas de intervenção nos grupos de tratamento (n=40) e controle (n=37). Análise de variação de medidas repetidas (RMANOVA, na sigla em inglês).
* = p < 0.05. Dados expressam a média e o desvio padrão.
A força isométrica máxima das pernas e mãos foi analisada antes e após as 12 semanas. Em ambos os membros houve aumento de força muscular, sendo que, na força nas mãos, o aumento foi significantemente diferente entre os grupos.
Alterações nos percentuais de força nas pernas e mãos após 12 semanas de intervenção nos grupos de tratamento (n=40) e controle (n=37). Análise de variação de medidas repetidas (RMANOVA, na sigla em inglês). * = p < 0.05. Dados expressam am média e o desvio padrão.
Ganho de massa muscular entre atletas recreativos
Em outra instituição alemã, a Universidade de Bochum, pesquisadores investigaram se a combinação de exercícios de resistência com suplementação de peptídeo de colágeno influencia a composição proteica do músculo esquelético. Os 25 participantes diferiram da pesquisa anterior no sexo (masculino) e na idade média, que é menor (24 anos). Após 12 semanas praticando exercícios de resistência, os indivíduos que consumiram 15 g de peptídeos de colágeno específicos por dia tiveram ganho de 2,56 Kg de massa magra, contra 700 g de ganho entre os que ingeriram placebo.
A distribuição de proteínas reguladas antes e após 12 semanas de treinamento resistido foi diferente entre os grupos. Entre os suplementados com colágeno, houve uma regulação positiva em 293 proteínas, contra 72 no grupo que recebeu placebo.
Entre as proteínas que tiveram síntese estimulada pelo colágeno estão aquelas associadas a processos biológicos relacionados ao músculo esquelético (contração muscular e processo do sistema muscular) e modificações proteicas (ubiquitinação de proteínas, modificação de proteínas por conjugação ou remoção de pequenas proteínas).
Por outro lado, as proteínas com regulação negativa compuseram grupos semelhantes entre os participantes, 17 no grupo suplementado com colágeno e 18 no grupo placebo, sendo 9 delas em comum.
Diagramas mostrando números de proteínas significativamente inibidas (a) e reguladas estimuladas (b) nos grupos placebo (azul) e colágeno (verde) após 12 semanas de treinamento de força e suplementação. A interseção representa as proteínas que foram reguladas em ambos os grupos.
Os pesquisadores descobriram ainda que 192 vias foram significativamente estimuladas no grupo suplementado com colágeno.
Vias significativamente estimuladas no grupo de colágeno após 12 semanas de treinamento de resistência e suplementação, analisada pelo teste PANTHER. O tamanho das diferentes partes coloridas indica o número de vias atribuídos.
O grupo colágeno apresentou significativamente mais vias associadas ao exercício resistido, comparado ao grupo placebo. Foi registrada maior presença de várias proteínas com diferentes funções miofibrilares entre os suplementados com colágeno, em comparação aos que ingeriram placebo. Entre elas estavam proteínas de miosina e proteínas de ligação à actina, incluindo tropomiosinas.
Aumento de força muscular
Em outro estudo duplo cego randomizado, pesquisadores constataram influência positiva da suplementação com colágeno nos indicadores de força muscular com 57 homens jovens que praticam exercícios de resistência três vezes por semana.
Força máxima sem repetição (1RM) antes (pré) e após (pós) um período de treinamento de 12 semanas com uma suplementação de peptídeo de colágeno (COL, blocos escuros) ou placebo (PLA, blocos claros). SQ = agachamento; DL = levantamento solo; PA = supino reto; BR = linha curvada. § = tendência para um efeito de interação (grupo de tempo: p = 0,054); * = efeito principal significativo (tempo: p < 0,05). Os valores são médias SD.
Auxiliar no combate à sarcopenia
Associada ao envelhecimento, a sarcopenia inicia relativamente cedo, a partir dos 30 anos, de maneira discreta, com perdas podendo chegar a 1% da massa muscular por ano. As atitudes proativas, tanto para a sua prevenção, quanto para o seu tratamento, são fundamentalmente baseadas na associação de maior ingestão proteica de alta qualidade e da prática de atividades físicas.
Pesquisa clínica, realizada na Alemanha com 53 homens (com sarcopenia classe I ou II e idade média de 72 anos) avaliou os resultados de 12 semanas de treinamento de resistência acompanhado ou não de suplementação com peptídeos de colágeno hidrolisado. Os participantes que ingeriram a proteína (15g ao dia) tiveram ganhos maiores de massa magra e força muscular, além de redução superior na massa gorda.
Mudança média na massa magra e massa gorda após 12 semanas de treinamento resistido em homens idosos (idade>65 anos), com sarcopenia graus I ou II. Em vermelho, grupo suplementado com peptídeos de colágeno (n 26); em rosa o grupo placebo (n 27).
Alteração média na força muscular após 12 semanas de treinamento de resistência em homens idosos (idade > 65 anos), com sarcopenia graus I ou II. Em vermelho, grupo suplementado com peptídeos de colágeno (n 26); em rosa
o grupo placebo (n 27).
Opção de suplementação proteica
Esses estudos indicam o potencial da suplementação com peptídeos de colágeno hidrolisado BODYBALANCE como alternativa de suplementação proteica para impulsionar, em conjunto com exercícios de resistência, melhorias na composição corporal, ganho de massa muscular e combate à sarcopenia. Esta opção se fortalece como opção para intolerantes e alérgicos a outras fontes de proteínas, além de, por apresentar sabor neutro, oferecer a possibilidade de uso em diversas preparações.
Zdzieblik D, Oesser S, Baumstark MW, Gollhofer A, König D. Collagen peptide supplementation in combination with resistance training improves body composition and increases muscle strength in elderly sarcopenic men: a randomised controlled trial. Br J Nutr. 2015 Oct 28;114(8):1237-45. doi: 10.1017/S0007114515002810. Epub 2015 Sep 10. PMID: 26353786; PMCID: PMC4594048.
Oertzen-Hagemann V, Kirmse M, Eggers B, Pfeiffer K, Marcus K, de Marées M, Platen P. Effects of 12 Weeks of Hypertrophy Resistance Exercise Training Combined with Collagen Peptide Supplementation on the Skeletal Muscle Proteome in Recreationally Active Men. Nutrients. 2019 May 14;11(5):1072. doi: 10.3390/nu11051072. PMID: 31091754; PMCID: PMC6566884.
Jendricke P, Centner C, Zdzieblik D, Gollhofer A, König D. Specific Collagen Peptides in Combination with Resistance Training Improve Body Composition and Regional Muscle Strength in Premenopausal Women: A Randomized Controlled Trial. Nutrients. 2019 Apr 20;11(4):892. doi: 10.3390/nu11040892. PMID: 31010031; PMCID: PMC6521629.
Kirmse M, Oertzen-Hagemann V, de Marées M, Bloch W, Platen P. Prolonged Collagen Peptide Supplementation and Resistance Exercise Training Affects Body Composition in Recreationally Active Men. Nutrients. 2019 May 23;11(5):1154. doi: 10.3390/nu11051154. PMID: 31126103; PMCID: PMC6566878.
Kitakaze T, Sakamoto T, Kitano T, Inoue N, Sugihara F, Harada N, Yamaji R. The collagen derived dipeptide hydroxyprolyl-glycine promotes C2C12 myoblast differentiation and myotube hypertrophy. Biochem Biophys Res Commun. 2016 Sep 23;478(3):1292-7. doi: 10.1016/j.bbrc.2016.08.114. Epub 2016 Aug 21. PMID: 27553280.
Sun K, Wu Z, Ji Y, Wu G. Glycine Regulates Protein Turnover by Activating Protein Kinase B/Mammalian Target of Rapamycin and by Inhibiting MuRF1 and Atrogin-1 Gene Expression in C2C12 Myoblasts. J Nutr. 2016 Dec;146(12):2461-2467. doi: 10.3945/jn.116.231266. Epub 2016 Oct 26. PMID: 27798331.
Ótima sintese obrigado
Olá Dr, tudo bem? Agradecemoso feedback ♥