Saúde da mulher

TPM e sintomas menstruais

A tensão pré-menstrual se refere a uma gama de sintomas físicos e comportamentais que surgem durante a segunda metade do ciclo menstrual. Os sintomas podem incluir mudanças no apetite, ganho de peso e dores abdominais e na cabeça, além de inchaço e sensibilidade nas mamas, náuseas, constipação, ansiedade, irritabilidade, fadiga e variações de humor.

L-teanina e 5-hidroxitriptofano

Muitos sintomas da TPM, como a ansiedade, a irritabilidade, a insônia e o aumento do desejo de doces, ocorrem devido à redução de GABA e serotonina. Assim, algumas mulheres beneficiam-se da suplementação de 5-hidroxitriptofano (aminoácido precursor da serotonina, que atua na redução do desejo por doces) e de L-teanina (aminoácido que estimula os receptores GABA e reduz a ansiedade e a tensão pré-menstrual). Isso foi demonstrado em estudo com mulheres com a síndrome pré-menstrual, que utilizaram 200mg de teanina por dia e relataram maior relaxamento e redução dos sintomas do quadro.

Sugestão posológica: 5-HTP, de 100 a 300mg via oral; ou de 25 a 50mg via sublingual, de 2 a 4 vezes ao dia. L-teanina, de 100 a 300mg via oral; ou 25 a 50mg via sublingual, 2 a 4 vezes ao dia. Usar antes da menstruação.

ATENÇÃO: para pacientes que já fazem uso de antidepressivo ou que sejam mais sensíveis aos precursores de serotonina, o uso de 5-HTP pode provocar a síndrome serotoninérgica caracterizada por náuseas, dor de cabeça, vômito, entre outros.

Magnésio + vitamina B6

A vitamina B6 e o magnésio desempenham papéis essenciais no metabolismo, atuando em sinergia. Na TPM, supõe-se que baixos níveis de magnésio e de vitamina B6 estão envolvidos na causa dos sintomas, e a suplementação com esses nutrientes associados pode trazer benefícios para o quadro. Isso foi observado em um estudo que comparou o uso do magnésio sozinho e do magnésio com a vitamina B6 a um placebo em mulheres com TPM. A conclusão foi que os nutrientes associados se mostraram mais eficazes na redução dos sintomas como depressão, ansiedade e retenção hídrica, em comparação aos demais grupos.

Sugestão posológica: 50 a 200mg da vitamina B6 ou 10 a 50mg de piridoxal 5-fosfato ao dia, e 200 a 400mg de magnésio ao dia.

Libido feminina

O distúrbio de desejo sexual hipoativo (DDSH), popularmente conhecido como falta de libido, é uma disfunção que leva à redução do desejo sexual. As causas dessa condição podem ser tanto físicas quanto psicológicas, dentre elas estão: desequilíbrio hormonal, problemas no relacionamento, cansaço, fadiga, estresse, menopausa e até mesmo efeito colateral do uso de medicamentos, como antidepressivos. Além de provocar insatisfação feminina e desestabilização amorosa, pode trazer consequências emocionais e até mesmo depressão.

Para o tratamento dessa condição, normalmente é realizada a reposição hormonal. No entanto, existem outras substâncias, como fitoterápicos, que podem trazer ótimos resultados.

Damilib™

Extrato obtido da folha da Turnera diffusa, popularmente conhecida como damiana, padronizado em 0,05% de acacetina. Possui propriedades afrodisíacas, antioxidantes e anti-inflamatórias. A melhora da libido feminina dá-se via inibição da aromatase, aumentando os níveis de testosterona livre, e via inibição seletiva da MAO-B, favorecendo o aumento dos níveis de dopamina (neurotransmissor envolvido nas três fases da resposta sexual: libido, excitação e orgasmo).

Sugestão posológica: 200mg ao dia.

Shilajit (50% ácidos fúlvicos)

Fitoterápico conhecido na tradição ayurveda e tibetana, classificado como um ingrediente rasayana (composto rejuvenescedor e imunomodulador). Combate o estresse e as condições do envelhecimento devido às suas propriedades antioxidantes, adaptogênicas e imunomoduladoras, além da sua ação ansiolítica e nootrópica. É ainda um excelente tônico do sistema geniturinário (tonificando toda a sua musculatura), com função diurética e estimulante da libido.

Sugestão posológica: 250 a 500mg, de 1 a 2 vezes ao dia.

Tribulus terrestris (40% saponinas)*

Pesquisas demonstraram que a suplementação de Tribulus pode aumentar a concentração de hormônios, incluindo o estradiol e a testosterona. Em estudos realizados em mulheres com baixa libido no período pré e pós-menstrual, o uso de Tribulus provocou um aumento significativo do desejo e da satisfação sexual, além da lubrificação vaginal e do número de orgasmos.

Sugestão posológica: 250 a 1500mg ao dia.

Feno grego (50% fenusídeos)

Em estudos realizados com mulheres, o uso de 600mg ao dia de feno grego provocou o aumento de testosterona livre e estradiol, além do desejo sexual e excitação, quando comparado ao grupo placebo. Esses resultados indicam que o extrato de feno grego pode ajudar mulheres com alteração da libido e perda do desejo sexual.

Sugestão posológica: 300 a 1000mg ao dia.

Ashwagandha (3% withanolideos)

A ashwagandha ajuda a reduzir o nível de cortisol sérico pela regulação da função do eixo HPA, melhorando a homeostase e o equilíbrio do corpo. Além disso, sua ação mimética de GABA é responsável pela redução do estresse. Nas mulheres, o uso pode atuar na melhora da libido e aumentar o número de orgasmos e de relações sexuais, promovendo satisfação sexual.

Sugestão posológica: 300 a 1000mg, fracionado em 2 vezes ao dia.

Protup*

É um extrato de Tribulus terrestris padronizado em 30% de protodioscina. Possui função androgênica, com importante efeito no aumento dos níveis de DHEA e, consequentemente, de testosterona. É indicado para aumentar a libido em homens e mulheres, melhorar os sintomas causados pelo climatério e contribuir para o ganho de massa magra.

Sugestão posológica: 180mg, 2 vezes ao dia.

Ginkgo Biloba (24% glicosídeos flavonoides)*

Apesar de não ser conhecido o real mecanismo de ação, Ginkgo biloba parece ser eficaz em disfunções sexuais induzidas devido à depressão. Em um estudo realizado com 33 mulheres, 80% delas apresentaram melhoras nos sintomas. Esse efeito provavelmente deve-se ao aumento da circulação sanguínea genital.

Sugestão posológica: 60 a 120mg, 1 ou 2 vezes ao dia.

Fertilidade

A fertilidade feminina pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo equilíbrio hormonal, saúde ovariana, qualidade oocitária e receptividade endometrial, além de aspectos como idade, estilo de vida, microbiota e exposições ambientais.

Nesse contexto, uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais e antioxidantes, pode otimizar a capacidade reprodutiva, promovendo melhores condições para a concepção. Para aprofundar esse tema, desenvolvemos um material completo com ativos e sugestões de fórmulas voltados para a melhora da fertilidade.

Black Maca Peruana (Lepidium meyenii Walp)

Mínimo de 10% de polifenóis (ácido gálico)

A Maca Negra, variedade mais rara da maca peruana, é um fitoterápico reconhecido por suas propriedades energéticas e nutritivas. Para as mulheres, alivia os desconfortos relacionados à menopausa, com resultados positivos na melhora dos sintomas psicológicos e disfunções sexuais relacionadas a essa fase.

Sugestão posológica: 1 a 3g ao dia.

Ormona^®

É um complexo bioativo com alta biodisponibilidade e propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, composto majoritariamente por geranilgeraniol, delta-tocotrienol, daidzeína, genisteína, cianidina e ácido gálico. Além de atuar na modulação hormonal feminina, beneficiando a saúde ovariana e a performance mitocondrial, ele também contribui para a modulação e o equilíbrio dos hormônios estradiol, testosterona e progesterona, tendo efeitos benéficos que vão desde a redução de fogachos até a saúde óssea, sexual e da pele.

Sugestão posológica: 500mg, 1 ou 2 vezes ao dia.

S-Equol^®

O S-Equol é um metabólito ativo da isoflavona daidzeína, que atua como modulador seletivo do receptor de estrógeno, mimetizando a ação do estriol no organismo e combatendo os sintomas da menopausa. Estudos comprovam que ele contribui para a redução de ondas de calor, melhora da atrofia vaginal, aumento da densidade óssea, redução de rugas e suporte à saúde óssea.

Sugestão posológica: 10mg ao dia.

Isoflavonas da soja (40% isoflavonas)

As isoflavonas são compostos não esteroidais, que possuem atividade biológica semelhante ao estriol. As três principais isoflavonas da soja são a genisteína, a daidzeína e a gliciteína, na forma de glicosídeos. Elas possuem um efeito agonista no sistema nervoso central que conduz potencialmente a uma melhora nos sintomas vasomotores.

Sugestão posológica: 50 a 150mg ao dia.

Genisteína

A genisteína é uma isoflavona que tem atraído interesse científico para os possíveis benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares, perda óssea e proteção contra o câncer.

Sugestão posológica: 15 a 60mg ao dia por via oral; ou 0,3% a 4% ao dia por via tópica em base transdérmica.

Red Clover (8% isoflavonas)

O extrato de Red Clover tem um alto conteúdo de isoflavonas biocanina A e formononetina, com estruturas químicas semelhantes aos estrogênios, o que permite a ligação com seus receptores. Estudos demonstram que a suplementação de 80mg ao dia em mulheres na pós-menopausa reduz significativamente os sintomas da menopausa, apresentando efeito positivo na citologia vaginal e nos níveis de triglicerídeos.

Sugestão posológica: 40 a 120mg ao dia.

Cimicifuga racemosa (2,5% triterpenos glicosídeos)*

A Cimicifuga racemosa é uma planta nativa da parte oriental da América do Norte, tradicionalmente utilizada no tratamento de fogachos, sintomas de ansiedade e depressão associados à menopausa. Segundo um estudo italiano, a administração oral de 40mg/dia do extrato isopropanólico de Cimicifuga promoveu resultados comparáveis à terapia transdérmica com baixas doses de estradiol, tais como moderação nos fogachos e sintomas vasomotores, além da redução dos sintomas de ansiedade e depressão.

Sugestão posológica: 25 a 150mg ao dia.

Óleo de linhaça

Estudos analisaram os efeitos da linhaça sobre os sintomas da menopausa e a qualidade de vida em todo o período da menopausa. As mulheres que usaram linhaça durante 3 meses tiveram uma melhora nos sintomas da menopausa e na qualidade de vida.

Sugestão posológica: 2 a 6 cápsulas de 1g ao dia.

Hypericum perforatum (0,3% hipericinas)*

Popularmente conhecido como erva-de-são-joão, o Hypericum perforatum é um dos fitoterápicos mais utilizados e estudados no tratamento da depressão. Estudos relatam efeitos positivos sobre os sintomas climatéricos fisiológicos e psicossomáticos em mulheres na peri e pós-menopausa, apresentando, inclusive, melhora na satisfação sexual.

Sugestão posológica: 300mg, de 2 a 3 vezes ao dia.

Yam mexicano (6% diosgenina)

Também conhecido como inhame selvagem, o Yam mexicano tem o extrato padronizado em diosgenina, uma substância precursora da progesterona devido à sua estrutura. Além da ação antioxidante, seu uso é indicado para a melhora do status hormonal, lipídico e para redução do risco de desenvolver câncer de mama e doença cardiovascular em mulheres na pós-menopausa.

Sugestão posológica: 250mg por via oral, de 1 a 3 vezes ao dia; ou 200mg via tópica em base transdérmica, de 1 a 2 vezes ao dia.

Bioecolia^® – uso tópico

Bioecolia^® é um oligossacarídeo α-glucano obtido por meio de um método patenteado de biocatálise enzimática a partir de substratos vegetais. Ele atua como um prebiótico seletivo: sua estrutura, uma cadeia formada por unidade de glicose, possui ligações específicas (α-(1-6) e α-(1-2)) que possibilitam o uso rápido e eficaz da glicose por nossa flora saprófita. Segundo resultados in vitro, o ativo não é metabolizado por fungos que causam disbiose, e promove o crescimento da flora comensal, inibindo competitivamente a flora oportunista. Além disso, quando em contato com o epitélio vaginal, Bioecolia^® foi capaz de aumentar a expressão de proteínas de defesa desse tecido, fortalecendo e melhorando a flora íntima.

Sugestão posológica: 0,25 a 3% em produtos de higiene para a área íntima.

Probióticos – uso tópico ou oral

A flora vaginal saudável possui uma predominância de espécies do gênero Lactobacillus, e por isso a reposição dessas cepas – seja via oral ou local – pode contribuir para a proteção da saúde íntima feminina. Segundo estudos, o uso de associações de Lactobacillus auxilia na melhora da flora vaginal, inclusive em mulheres na menopausa, contribui para prevenção de infecções urinárias recorrentes e da candidíase e pode auxiliar no tratamento de quadros de vaginose bacteriana.

Sugestão posológica: veja nossas sugestões de fórmulas.