Prevenção e tratamento natural da infecção urinária

Autores: Rogério R. Rita: Médico Ortomolecular – CRM 4538
Raquel Rita: Pesquisadora Científica do Departamento de P&D da Essential Nutrition
Publicado primeiramente na Revista Ambo – Ano: 2019.

Resumo: O tratamento padrão preconizado para as Infecções do Trato Urinário (ITUs) é o uso de antibióticos que matam as bactérias indiscriminadamente. O que vemos, portanto, é uma crescente incidência de resistência bacteriana e de infecções recorrentes que justifica a necessidade de alternativas terapêuticas e preventivas diferenciadas. Adicionalmente, a crescente prevalência de Escherichia coli que é resistente a agentes antimicrobianos estimulou o interesse em novos métodos não antibióticos para a prevenção de ITUs. Os avanços em biologia celular e molecular melhoraram a nossa compreensão da associação bactéria-hospedeiro, trazendo a importante descoberta do uso de probióticos e de dois compostos padronizados que são encontrados no fruto cranberry: o carboidrato D-manose (bloqueio das fímbrias tipo I) e as proantocianidinas (PACs) tipo A (bloqueio das fímbrias tipo II). Estes dois compostos associados atuam indiretamente de maneira antimicrobiana, impedindo o surgimento de infecções urinárias. Muito importante, sem matar uma única bactéria, assim beneficiando a saúde de muitas mulheres, crianças, gestantes e idosos – populações já muito suscetíveis.

Palavras-chave: ITU; infeção do trato urinário; cranberry; D-manose; probióticos; PAC; proantocianidina; fímbria; bactéria

Abstract: The recommended standard treatment for Urinary Tract Infections (UTIs) is the use of antibiotics that kills bacteria indiscriminately. What we see, therefore, is an increasing incidence of bacterial resistance and recurrent infections, which justify the need for differentiated therapeutic and preventive alternatives. In addition, the increasing prevalence of Escherichia coli that is resistant to antimicrobial agents has stimulated interest in novel non-antibiotic methods for the prevention of UTIs. Advances in cellular and molecular biology have improved our understanding of the bacteria-host, bringing the important discovery of the use of probiotics and two standard compounds found in the cranberry fruit: D-mannose carbohydrate (blocking type I fimbriae) and proanthocyanidins (PACs) type A (blocking type II fimbriae). These two associated compounds act indirectly in an antimicrobial manner, preventing the onset of urinary infections. Very important, without killing a single bacterium, thus benefiting the health of many women, children, pregnant women, and the elderly – populations already very susceptible.

Keywords: UTI; urinary tract infection; cranberry; D-mannose; probiotics; PAC; proanthocyanidin; fimbriae; bacterium

Objetivo: Este artigo teve o objetivo de analisar pesquisas relevantes sobre os compostos bioativos encontrados no cranberry – PACs e D-manose –, bem como seus mecanismos de ação, como estratégia de gestão atual e emergente para a prevenção e combate das infecções do trato urinário, além do uso de probióticos.

Metodologia: Após identificação do tema pertinente e seleção da questão da pesquisa, o desenvolvimento deste artigo bibliográfico foi embasado em estudos científicos previamente publicados, maioritariamente no PubMed, bem como a utilização da internet como mecanismo de busca.

Introdução

Todos os anos, as Infecções do Trato Urinário (ITUs) afetam mundialmente mais de 150 milhões de pessoas.1 De acordo com a American Urological Association, as infecções do trato urinário causadas por bactérias – que podem afetar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite), os ureteres (ureterite) e os rins (pielonefrite) –, estão entre as condições médicas mais comuns e recorrentes, especialmente para as mulheres.2

Os dados apontam que aproximadamente 40% das mulheres e 12% dos homens experimentam pelo menos uma ITU sintomática durante a vida. Dentre as mulheres, cerca de 25% sofrem de ITU recorrente, ou seja, quando ocorrem duas ou mais vezes em um período de 6 meses.2–12

O equilíbrio da flora vaginal está diretamente ligado à manutenção da saúde do trato urinário feminino. O tipo de infecção mais comum entre as mulheres em idade fértil, pré-menopausadas e gestantes é a vaginose bacteriana, caracterizada pelo supercrescimento de bactérias patógenas na vagina, alteração do pH vaginal e significativa redução das bactérias da espécie Lactobacillus.21,22

Em geral, a anatomia feminina tem um papel significativo no desenvolvimento das infecções do trato urinário. Com uma uretra mais curta e mais próxima ao ânus que a uretra masculina, as bactérias têm acesso mais fácil à bexiga, onde se aderem às células mucosas ao longo do trato urinário, colonizam e se proliferam. A bactéria Escherichia coli é o agente causal em 80 a 85% de ITUs agudas e não complicadas.

Uma vez no trato urinário, as bactérias enfrentam uma formidável combinação de mecanismos de defesa que incluem o fluxo de urina e diversos fatores antimicrobianos.19 No entanto, esta defesa pode ser prejudicada quando a imunidade está mais baixa, tornando-se um dos facilitadores para o início da inflamação na bexiga ou no trato urinário inferior conhecida como cistite.

Como ocorre a infecção urinária

O primeiro passo para o desenvolvimento da infecção é a adesão das bactérias ao epitélio do trato urinário. Esta adesão, que no caso das bactérias ocorre através de moléculas chamadas adesinas, aumentam as chances das bactérias sobreviverem e se manterem dentro da bexiga. As adesinas são produzidas pelas fímbrias, presentes na parede celular bacteriana que servem como “braços”. As fímbrias (via adesinas) exercem forte adesão ao epitélio da bexiga, possibilitando que as bactérias fiquem livres para se multiplicar e produzir toxinas que causam danos às células dos tecidos.5,19

O poder dos compostos do cranberry contra a infecção urinária

O tratamento padrão preconizado para as ITUs é o uso de antibióticos. No entanto, o que vemos é uma crescente incidência de resistência bacteriana que justifica a necessidade de alternativas terapêuticas e preventivas diferenciadas.3,4,6,9-11,13,14

O grande número de mulheres que apresenta infecções recorrentes evidencia também o quão perigoso pode ser o ciclo vicioso que envolve o uso de antibióticos. O tratamento com antibióticos pode causar efeitos não desejados como a destruição da microflora benéfica, o que, consequentemente, causa a infecção oportunista por fungos (candidíase), além de favorecer a crescente resistência bacteriana.

Quando as bactérias causadoras da infecção não são eliminadas totalmente, elas geram mutações ainda mais resistentes e biofilmes que dificultam a ação do sistema imunológico e dos próprios antibióticos, reiniciando uma nova infecção que pode ser ainda mais grave.15-20

A mais conhecida opção natural preventiva de infecções urinárias recorrentes vem da América do Norte, através de pesquisas sobre os compostos do cranberry (Vaccinium macrocarpon), também chamado de oxicoco. Este fruto de sabor ácido está classificado dentre os 50 mais potentes alimentos antioxidantes28 e possui uma característica muito importante na prevenção e tratamento das ITUs: fornece uma classe de flavonoides com potente ação antimicróbica – as proantocianidinas (em especial, as PACs tipo A) – e o carboidrato D-manose. A combinação inteligente destes compostos combate a capacidade de adesão das bactérias através das fímbrias. (Uma única bactéria pode possuir até 1.000 fímbrias.)

Os dois tipos de fímbrias das bactérias mais comuns das ITUs são o tipo I e o tipo II:12,22-27

  • As fímbrias tipo I (sensíveis à D-manose e resistentes às proantocianidinas) possuem como receptores o carboidrato manose e a proteína Tamm-Horsfall, e estão presentes em mais de 80% dos tipos de E. coli uropatogênicas.
  • As fímbrias tipo II (sensíveis às proantocianidinas e resistentes à D-manose) possuem como receptores parte de um glicoesfingolipídio (Gal-Gal) e estão relacionadas tanto com as infecções mais brandas quanto com as infecções mais severas, como as pielonefrites (infecção dos rins).

Efeito protetor das proantocianidinas

As proantocianidinas (PACs) tipo A do cranberry, através de um processo conhecido como bacteriostase (inibição do crescimento e reprodução das bactérias), ligam-se às fímbrias tipo II (resistentes à D-manose) das bactérias, evitando que se “agarrem” ao revestimento celular do trato urinário e sendo mais facilmente eliminadas.

Alimentos ricos em PACs induzem a produção de certos metabólitos na urina (álcoois alílicos), os quais também protegem a bexiga contra infecções. Esses metabólitos são uma das substâncias responsáveis pelo odor forte da urina e sua produção ocorre a partir de diversas substâncias provenientes de alimentos. Mas é importante observar que apenas alguns alimentos contêm PACs do tipo A, como é o caso das ameixas, amendoim, abacate, lingonberry (amora alpina) e, especialmente, o cranberry americano e a canela.37,41,55-58

O efeito de bacteriostase provocado pelo cranberry, ou seus extratos, já foram comprovados em vários estudos.29–35,53 Um destes foi em 2009, quando um grupo de pesquisadores comparou diretamente um antibiótico com o suplemento diário de extrato de cranberry em mulheres que sofriam de infecção recorrente. O cranberry (500mg) e o antibiótico (100mg de trimetoprina) mostraram ser quase igualmente eficazes na prevenção de ITUs, mas o cranberry não apresentou nenhum efeito colateral apresentado pelos antibióticos.36

Efeito protetor da D-manose

Ainda pouco conhecida no Brasil, porém de uso comprovadamente eficaz há décadas em países como os Estados Unidos, a D-manose é comprovadamente eficaz no tratamento da infecção urinária causada por E. Coli (bactéria formada por fímbrias do tipo I). A D-manose é um gliconutriente produzido pelo nosso corpo, mas também encontrado naturalmente em vegetais, como o brócolis e a berinjela, em grãos, como o feijão e o feno-grego, e nas frutas, como amora, maçã, pêssego e, em maior quantidade, no cranberry.5,40–42

Diferente da glicose, a D-manose é absorvida lentamente e não é transformada em glicogênio (reserva energética), ou seja, sua metabolização é extremamente baixa.9,14,43 Assim, a D-manose circula livre pela corrente sanguínea, é filtrada pelos rins e então transportada para a região da bexiga.

As células do epitélio urinário são constituídas de glicoproteínas que contêm D-manose em sua estrutura, sendo que as fímbrias do tipo I das bactérias E. coli possuem receptores (adesinas) compatíveis.9,14,44 Quando essas bactérias são expostas à uma grande quantidade de D-manose livre na bexiga, elas são incapazes de resistir à essa “isca saborosa” e preferem se ligar à ela ao invés da D-manose da estrutura das células epiteliais, uma inibição competitiva que evita a aderência e, consequentemente, o início da infecção.

Uma vez ligadas à D-manose livre, as bactérias não conseguem aderir ao epitélio do trato urinário e são expulsas da bexiga na próxima micção (urina).9 Além da ligação às fímbrias bacterianas, a D-manose atua na ativação da proteína Tamm-Horsfall, que desempenha papel fundamental na defesa do organismo contra ITUs.25-27,45

Estudo publicado no World Journal of Urology reuniu um grupo de 308 mulheres com uma média de idade de 49 anos e com histórico de infecção urinária recorrente e dividiu-as em 3 grupos: grupo D-manose, grupo antibiótico e grupo placebo. Após 6 meses de tratamento, das 103 mulheres que receberam 2g de D-manose ao dia, apenas 15 apresentaram infecção recorrente, contra 21 mulheres do grupo que recebeu antibiótico e 62 do grupo placebo.8

Estudos in vivo e in vitro demonstraram a capacidade da D-manose de ser rapidamente absorvida e de reduzir a carga bacteriana no trato urinário em até 2 vezes e no interior da bexiga em mais de 4 vezes.9,11,46-51 Recentemente, um estudo realizado pelo Departamento de Obstetrícia Ginecológica e Ciências Urológicas da Universidade de Roma encontrou uma taxa de cura da cistite de mais de 90% nas participantes do grupo da D-manose.9

Probióticos contra infecções urinárias

Uma das estratégias para reduzir os efeitos adversos dos antibióticos é o uso de probióticos para restaurar o equilíbrio da flora intestinal após tratamento com antibióticos ou desequilíbrios imunológicos. A participação benéfica dos probióticos Lactobacillus na flora vaginal e sua significativa redução em quadros de vaginose bacteriana deu origem ao conceito de seu uso oral ou vaginal na prevenção e auxílio no tratamento dessas infecções.22,52

Estudo in vitro publicado em 2016 pelo Journal of Functional Foods demonstrou que a combinação de PACs e probióticos demonstrou ser anti-invasiva, indicando que os probióticos podem contribuir com um ambiente inóspito à E. coli no trato gastrointestinal.22

Ao testar a união dos compostos do cranberry com o probiótico Lactobacillus para o tratamento de cistite em mulheres, um estudo publicado em 2014 pelo Journal of Clinical Gastroenterology usou 2 doses diárias de um suplemento contendo 250mg de D-manose, 500mg de extrato de cranberry padronizado em PACs e uma combinação de Lactobacillus durante 30 dias (fase inicial), e 1 dose diária até completar o tratamento (60 dias). Todas as participantes relataram melhora significativa dos sintomas de cistite, com diminuição gradativa do quadro.54

O belo processo de cultivo e colheita do cranberry

No outono americano, o cranberry atinge seu pico de cor e sabor e então está pronto para a colheita. Os cranberries crescem em pequenas videiras cultivadas em áreas de terreno macio e pantanoso, onde permanecem dando frutos por longos anos – existem videiras centenárias! As frutas frescas vendidas nos supermercados são colhidas através da colheita seca que é feita através de máquinas semelhantes a grandes cortadores de grama e representa apenas uma pequena porcentagem da produção. Já a colheita úmida, que representa cerca de 95% da produção, acontece por inundação. Os produtores usam bombas de água que, através da agitação, soltam os frutos das videiras fazendo-os flutuar, e proporcionando um verdadeiro espetáculo de cor. Essa capacidade de flutuar acontece porque o cranberry possui em seu interior uma espécie de “bolsa de ar”. Assim, os produtores recolhem os frutos da água e os levam até as áreas de processamento.38,39

A união faz a força

A importância da descoberta do uso das fontes naturais de D-manose (bloqueio das fímbrias tipo I) com PACs tipo A (bloqueio das fímbrias tipo II) como substâncias que atuam indiretamente de maneira antimicrobiana, impedindo o surgimento de infecções urinárias, é surpreendente porque ambas realizam essa façanha sem matar uma única bactéria. Diferentemente, os tão conhecidos e recorridos antibióticos matam as bactérias indiscriminadamente, isto é, tanto as maléficas quanto as benéficas, o que pode apresentar um risco para a saúde de muitas mulheres, crianças, gestantes e idosos – populações já muito suscetíveis.

Hoje, entendendo-se o mecanismo de ação dos compostos do fruto (por bloqueio da adesão bacteriana na bexiga), torna-se possível a utilização de suplementos que usam esse princípio para bloquear as fímbrias tipo I e II das bactérias com maior eficácia que o uso do suco de cranberry. Este aprender com a natureza, a compreensão de sua inteligência e mecanismo, pode ajudar o homem a achar soluções inovadoras e impensáveis alguns anos atrás.

Incluir alimentos funcionais, seus extratos e probióticos à dieta é a tendência e o caminho apontado pela ciência para a manutenção da saúde naturalmente. Há anos se sabe que o cranberry age como preventivo de infecções urinárias, mas não se entendia por qual mecanismo agia. Ademais, muitos dos estudos eram executados usando o suco da fruta ao invés de seu composto padronizado acrescido de D-manose, o que resultava em achados não consistentes.

1. Stamm WE; Norrby SR. Urinary Tract Infections: Disease Panorama and Challenges. J. Infect. Dis. 2001

2. Barber AE, et al. Urinary Tract Infections: Current and Emerging Management Strategies. Clin. Infect. Dis. 2013

3. Howell AB. Bioactive compounds in cranberries and their role in prevention of urinary tract infections. Mol. Nutr. Food Res. 2007

4. Maki KC, et al. Consumption of a cranberry juice beverage lowered the number of clinical urinary tract infection episodes in women with a recent history of urinary tract infection. Am. J. Clin. Nutr. 2016

5. Hisano M, et al. Cranberries and lower urinary tract infection prevention. Clinics. 2012

6. Liska DJ, et al. Cranberries and Urinary Tract Infections: How Can the Same Evidence Lead to Conflicting Advice? Adv. Nutr. An Int. Rev. J. 2016

7. Guay DRP. Cranberry and Urinary Tract Infections. Drugs. 2009

8. Kranjec B. et al. D-mannose powder for prophylaxis of recurrent urinary tract infections in women: a randomized clinical trial. World J. Urol. 2014

9. Domenici L, et al. D-mannose: a promising support for acute urinary tract infections in women. A pilot study. Eur. Rev. Med. Pharmacol. Sci. 2016

10. Hickling DR; Nitti VW. Management of Recurrent Urinary Tract Infections in Healthy Adult Women. Rev Urol. 2013

11. Beerepoot M; Geerlings S. Non-Antibiotic Prophylaxis for Urinary Tract Infections. Pathogens. 2016

12. Health H, et al. Cranberries and Their Bioactive Constituents. 2013. Doi:10.3945/an.113.004473.618

13. Gupta K, et al. Cranberry Products Inhibit Adherence of P-Fimbriated Escherichia Coli to Primary Cultured Bladder and Vaginal Epithelial Cells. J. Urol. 2007

14. Hill TC, et al. Best practices for the treatment and prevention of urinary tract infection in the spinal cord injured population. Can. Urol. Assoc. J. 2013

15. Hannan S, et al. Transfer of antibiotic resistance by transformation with eDNA within oral biofilms. FEMS Immunol. Med. Microbiol. 2010

16. Delcaru C, et al. Microbial Biofilms in Urinary Tract Infections and Prostatitis: Etiology, Pathogenicity, and Combating strategies. Pathogens. 2016

17. Soto SM; Soto SM. Importance of Biofilms in Urinary Tract Infections: New Therapeutic Approaches. Adv. Biol. 2014

18. Nadell CD, et al. The Evolution of Quorum Sensing in Bacterial Biofilms. PLoS Biol. 2008

19. Mulvey MA, et al. Bad bugs and beleaguered bladders: interplay between uropathogenic Escherichia coli and innate host defenses. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A. 2000

20. Anderson GG. Intracellular Bacterial Biofilm-Like Pods in Urinary Tract Infections. Science. 2003

21. Lamont R, et al. The vaginal microbiome: new information about genital tract flora using molecular based techniques. BJOG An Int. J. Obstet. Gynaecol. 2011

22. Polewski MA, et al. Ability of cranberry proanthocyanidins in combination with a probiotic formulation to inhibit in vitro invasion of gut epithelial cells by extra-intestinal pathogenic E. coli. J. Funct. Foods. 2016

23. Dhakal BK, et al. Mechanisms and consequences of bladder cell invasion by uropathogenic Escherichia coli. Eur. J. Clin. Invest. 2008

24. Salvatore S, et al. Urinary tract infections in women. Eur. J. Obstet. Gynecol. Reprod. Biol. 2011

25. Serafini-Cessi F, et al. N-Glycans carried by Tamm Horsfall glycoprotein have a crucial role in the defense against Urinary tract infections. Glycoconj. J. 2005

26. Kucheria, R. Urinary tract infections: new insights into a common problem. Postgrad. Med. J. 2005

27. Heilberg IP; Schor N. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do trato urinário: ITU. Rev. Assoc. Med. Bras. 2003

28. Haytowitz D; Bhagwat S. USDA Database for the Oxygen Radical Absorbance Capacity (ORAC) of Selected Foods, Release 2. US Dep. Agric. 2010. Doi:ars.usda.gov/ba/bhnrc/ndl

29. Hess MJ, et al. Evaluation of cranberry tablets for the prevention of urinary tract infections in spinal cord injured patients with neurogenic bladder. Spinal Cord. 2008

30. Bailey DT, et al. Can a concentrated cranberry extract prevent recurrent urinary tract infections in women? A pilot study. Phytomedicine. 2007

31. Pinzón-Arango PA, et al. Role of Cranberry on Bacterial Adhesion Forces and Implications for Escherichia coli– Uroepithelial Cell Attachment. J. Med. Food. 2009

32. Kontiokari T. Randomised trial of cranberry-lingonberry juice and Lactobacillus GG drink for the prevention of urinary tract infections in. BMJ. 2001

33. Ferrara P, et al. Cranberry juice for the prevention of recurrent urinary tract infections: A randomized controlled trial in children. Scand. J. Urol. Nephrol. 2009

34. Stothers LA. Randomized Trial To Evaluate Effectiveness And Cost Effectiveness Of Naturopathic Cranberry Products As Prophylaxis Against Urinary Tract Infection In Women. Can. J. or Urol. 2002

35. Haverkorn MJ. Reduction of bacteriuria and pyuria using cranberry juice. JAMA J. Am. Med. Assoc. 1994

36. McMurdo MET, et al. Cranberry or trimethoprim for the prevention of recurrent urinary tract infections? A randomized controlled trial in older women. J. Antimicrob. Chemother. 2008

37. Jungfer E, et al. Comparing Procyanidins in Selected Vaccinium Species by UHPLC-. 2012

38. Tastes Good, Good For You® Cranberry Juices & Snacks - Ocean Spray. Disponível em: www.oceanspray.com/. Accessado em 16/06/2017

39. Cranberries + Antioxidants | Cranberry Marketing Committee. Disponível em: www.uscranberries.com. Accessado em 16/06/2017

40. Zafriri D, et al. Inhibitory activity of cranberry juice on adherence of type 1 and type P fimbriated Escherichia coli to eucaryotic cells. Antimicrob. Agents Chemother. 1989

41. Foo LY, et al. The structure of cranberry proanthocyanidins which inhibit adherence of uropathogenic P-fimbriated Escherichia coli in vitro. Phytochemistry. 2000

42. Foo LY, et al. A-Type Proanthocyanidin Trimers from Cranberry that Inhibit Adherence of Uropathogenic P-Fimbriated Escherichia c oli. J. Nat. Prod. 2000

43. Davis JA; Freeze HH. Studies of mannose metabolism and effects of long-term mannose ingestion in the mouse. Biochim. Biophys. Acta - Gen. Subj. 2001

44. Ofek I, et al. The importance of mannose specific adhesins (lectins) in infections caused by Escherichia coli. Scand J Infect Dis Suppl. 1982

45. Hu, X. et al. d -Mannose: Properties, Production, and Applications: An Overview. Compr. Rev. Food Sci. Food Saf. 2016

46. Klein T, et al. FimH Antagonists for the Oral Treatment of Urinary Tract Infections: From Design and Synthesis to in Vitro and in Vivo Evaluation. J. Med. Chem. 2010

47. Kim J, et al. Glyco-pseudopolyrotaxanes: Carbohydrate Wheels Threaded on a Polymer String and Their Inhibition of Bacterial Adhesion. Chem. - A Eur. J. 2010

48. Michaels EK, et al. Effect of D-mannose and D-glucose on Escherichia coli bacteriuria in rats. Urol. Res. 11, 97–102 (1983)

49. Alton, G., Kjaergaard, S., Etchison, J. R., Skovby, F. & Freeze, H. H. Oral Ingestion of Mannose Elevates Blood Mannose Levels: A First Step toward a Potential Therapy for Carbohydrate-Deficient Glycoprotein Syndrome Type I. Biochem. Mol. Med. 1997

50. Sharon N. Carbohydrates as future anti-adhesion drugs for infectious diseases. Biochim. Biophys. Acta - Gen. Subj. 2006

51. Alton, G. Direct utilization of mannose for mammalian glycoprotein biosynthesis. Glycobiology. 1998

52. Delley M, et al. In vitro activity of commercial probiotic Lactobacillus strains against uropathogenic Escherichia coli. FEMS Microbiol. Lett. 2015

53. Afshar K, et al. Cranberry Juice for the Prevention of Pediatric Urinary Tract Infection : A Randomized Controlled Trial. JURO. 2012

54. Vicariotto F. Effectiveness of an Association of a Cranberry Dry Extract, D-mannose, and the Two Microorganisms Lactobacillus plantarum LP01 and Lactobacillus paracasei LPC09 in Women Affected by Cystitis. J. Clin. Gastroenterol. 2014

55. Gu L, et al. Screening of Foods Containing Proanthocyanidins and Their Structural Characterization Using LC-MS/MS and Thiolytic Degradation. J. Agric. Food Chem. 2003

56. Howell AB, et al. A-type cranberry proanthocyanidins and uropathogenic bacterial anti-adhesion activity. Phytochemistry. 2005

57. Feliciano RP,et al. Deconvolution of matrix-assisted laser desorption / ionization time-of-flight mass spectrometry isotope patterns to determine ratios of A-type to B-type interflavan bonds in cranberry proanthocyanidins. Food Chem. 2012

58. Gu L. et al. Concentrations of Proanthocyanidins in Common Foods and Estimations of. 2004