Ocitocina 10UI/2mL – IM/SC

Melhora dos fatores emocionais e redução dos níveis de ansiedade e estresse.

O que é?

A ocitocina (OXT) é considerada um hormônio pleiotrópico, isso é, que tem a capacidade de se modificar e se ligar a diferentes receptores. Sua administração endovenosa é amplamente conhecida pelos efeitos relacionados à indução do trabalho de parto.

Atualmente, a ocitocina vem sendo cada vez mais estudada pelos seus efeitos na saúde cerebral, cognitiva, imunológica e anti-inflamatória, especialmente quando administrada pelas vias intramuscular e subcutânea. Pesquisas apontam que essas funções atribuem capacidades neuroprotetoras, aumentando o efeito sináptico, diminuindo a ansiedade e promovendo a melhora dos fatores emocionais pela liberação de neurotransmissores.

Apresentação disponível

Ocitocina 10UI/2mL – SC/IM

Armazenamento: refrigeração 2-8ºC

Mecanismos de ação

De forma endógena, a ocitocina e o seu receptor estão diretamente envolvidos nos processos de crescimento, aprendizado e resiliência. Através do seu mecanismo e da facilidade de alterar sua estrutura para se ligar a diferentes receptores, ela pode realizar inúmeras atividades, promovendo benefícios para os sistemas nervoso central e imunológico, além de atuar como antioxidante e anti-inflamatório.

Seus receptores (OXTR), a partir da atuação de um agonista seletivo (TGOT), possuem diferentes funcionalidades nas células e no tecido alvo atingido. Eles estão localizados no cérebro, no útero, nas glândulas mamárias, na aorta, no esôfago, nas células musculares lisas e no trato gastrointestinal. São acoplados à proteína de ligação (proteína G) e estimulam a produção de fosfolipase C (PLC), que, consequentemente, promove o fechamento dos canais de K+ (KCNQ) para, a partir do receptor Fosfatidilinositol 4,5-Difosfato (PIP2), produzir inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG), ativando cascatas de proteína quinase C (PKC). Veja na imagem abaixo como essa ativação eleva os níveis de cálcio (Ca²+) dentro das células neuronais e possibilita a despolarização e a liberação dos neurotransmissores, aumentando a excitabilidade e a plasticidade sináptica.

Por essas razões, estudos evidenciam que o aumento de ocitocina está relacionado com a melhora dos efeitos sociais, reduzindo a ansiedade e o estresse, potencializando os aspectos sociais relacionados à autoconfiança.
Conforme demonstrado na imagem abaixo, pesquisas também associaram os efeitos cerebrais da ocitocina à ínsula anterior (aINS), à amígdala (AMY), ao hipotálamo (HT), ao giro frontal inferior (IFG), ao lóbulo parietal inferior (IPL), ao córtex pré-frontal medial (mPFC), ao sulco temporal superior (pSTS), ao giro temporal superior (sTG) e ao ventral estriado (SV). Todos esses locais podem receber sinais de ativação pela ocitocina, resultando em ações específicas direcionadas para o comportamento social e emocional.

A ciência também aponta que, dependendo do ambiente nutricional do paciente, a ocitocina auxilia no gasto energético através da lipólise. Esse mecanismo se dá pela modulação da ingestão alimentar homeostática orientada por recompensa, relacionando positivamente o aumento na ocitocina circulante com o aumento de massa magra e a densidade mineral óssea. Veja na imagem abaixo como funciona:

Via de administração

A Ocitocina 10UI/2mL pode ser administrada pela via subcutânea ou intramuscular. É indicado que se inicie o tratamento com baixas doses, de acordo com a prática clínica do prescritor, e que sejam seguidos todos os cuidados de segurança nas aplicações. Não é recomendado o uso em gestantes ou lactantes.

Efeitos adversos

Em casos comuns, a administração de ocitocina pode causar dor de cabeça, taquicardia, bradicardia, náusea e vômito (1% a 10%).

Em casos raros e particulares, a administração de ocitocina pode causar reação alérgica, erupção cutânea, pressão baixa e dispneia (0,01% a 0,1%).

IMPORTANTE

Este material é de apoio técnico para prescritores e é proibida a sua divulgação para consumidores, nos termos do item 5.14 da RDC 67/2007.

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