Naringenina

O que é?

É um flavonoide pertencente à classe das flavonas presente nas cascas de frutas cítricas como grapefruit, laranja e limão. Sua estrutura molecular única e sua fácil distribuição pelo corpo confere a Naringenina uma ampla capacidade de exercer ação nos mais diversos órgãos, sendo documentada sua atividade principalmente em patologias cerebrais e na melhora dos fatores de riscos da síndrome metabólica.

Como funciona?

A Naringenina é um insumo muito lipofílico, sendo prontamente absorvida pelo epitélio intestinal e posteriormente distribuída por todo corpo. Pesquisadores já encontraram a Naringenina em diversas áreas do corpo como estômago, intestino delgado, fígado, rim, traquéia, pulmão, coração, gordura, músculo, testículo, ovário, baço, cérebro e urina.¹⁴

Os flavonoides de maneira geral apresentam atividade antioxidante devido a presença de grupos hidroxilas em sua molécula. A Naringenina possui uma alta reatividade contra radicais livres devido a presença de 3 hidroxilas, além de ter uma conformação espacial capaz de quelar metais pesados e de induzir a atividade do sistema antioxidante celular.¹⁴

Figura 1 – Relação atividade-estrutura antioxidante da naringenina.

Em laranja: substituintes hidroxila (OH) que possuem alta reatividade contra espécies
reativas de oxigênio e espécies reativas de nitrogênio.
Em verde: arranjo de 5,7 – m – di-hidroxi no anel-A serve para estabilizar a estrutura
após doar elétrons para os radicais livres.
Em vermelho: A associação entre substituintes 5-OH e 4-oxo contribui para a quelação
de compostos como metais pesados.

Além das características antioxidantes citadas, a Naringenina possui uma ampla descrição na literatura por seu efeito anti-inflamatório (pelo bloqueio NF-KB), anticâncer (pela inibição aromatase), redução de colesterol (pela supressão de HMG- CoA redutase e ACAT) e pressão sanguínea, melhora no metabolismo de carboidratos e gorduras, ação cerebral (por atravessar a barreira hematoencefálica), entre tantos outros mecanismos de ação.

Alzheimer

A Naringenina atravessa a barreira hematoencefálica e exerce um efeito neuroprotetor contra as espécies de oxigênio reativas induzidas pela proteína beta amiloide, além de mostrar atividade na inibição da acetil colinesterase. Em modelos animais, seu uso foi capaz de reduzir amnésia, sugerindo sua administração como coadjuvante no tratamento de Alzheimer.^1,2

Parkinson

A capacidade da Naringenina de atravessar a barreira hematoencefálica, combatendo o estresse oxidativo e apresentando atividade neuroprotetora, torna esse flavonoide um insumo promissor no tratamento de Parkinson.^3,4

Síndrome metabólica

A síndrome metabólica é um conjunto de doenças que inclui a hipertensão, dislipidemia, diabete resistente a insulina e obesidade. Os tratamentos têm como principal objetivo a redução dos fatores de riscos, procurando normalizar parâmetros como pressão arterial, glicemia, colesterol, triglicerídeos e excesso de peso do indivíduo.⁹

Trabalhos têm mostrado que o uso de Naringenina pode contribuir para o tratamento da síndrome metabólica devido a sua capacidade em reduzir parâmetros bioquímicos, como colesterol, LDL e triglicerídeos, além de reduzir gordura corporal, esteatose hepática, pressão arterial e melhorar a sensibilidade à insulina.^{5, 6, 7, 8, 9, 11, 12}

Estudo clínico com 30 pacientes hipercolesterolêmicos e 30 pacientes com colesterol normal receberam 400mg de Naringenina ao dia por 8 semanas. Nos indivíduos que apresentavam alto colesterol foi possível observar uma redução de 14% do colesterol total e 17% do LDL.¹⁰

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