Ferro carboximaltose 250mg/10mL
Benefícios do ferro em uma formulação estável e de liberação prolongada
Ferro: um mineral essencial
O ferro possui ação direta nos glóbulos vermelhos, sendo a sua principal função o transporte e armazenamento de oxigênio, realizados por meio da hemoglobina e da mioglobina, respectivamente. Além disso, ele também é responsável pelo transporte de elétrons, crescimento e desenvolvimento, pela manutenção do metabolismo celular, defesa imunológica e síntese de DNA.
Combinado com a carboximaltose, o ferro potencializa seus benefícios em uma fórmula eficiente com estabilidade, maior biodisponibilidade e liberação gradual no organismo.
Mecanismo de ação
Na circulação sanguínea, o complexo de ferro carboximaltose é captado no plasma pela enzima α-amilase, que rompe a ligação entre o ferro e o carboidrato. Esse processo permite a clivagem completa pelos macrófagos presentes no retículo endotelial, o que libera gradativamente quantidades de ferro na circulação sistêmica.
Uma vez livre da ligação com o carboidrato, o ferro pode se ligar a diferentes proteínas dentro e fora das células, como a transferrina, a ferritina, a hemoglobina e a mioglobina, permitindo a distribuição rápida para os tecidos, o fígado, o baço e a medula óssea.
Cerca de 80% do ferro que entra na corrente sanguínea é captado pela hemoglobina, que consiste em um emaranhado de proteínas que aprisionam o ferro disponível e é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para diversas partes do organismo. Esse aprisionamento permite que o ferro se ligue a átomos de oxigênio, formando o grupo heme — estrutura que confere a coloração vermelha característica dos glóbulos vermelhos e, consequentemente, do sangue.
Já a mioglobina retém cerca de 10 a 15% do ferro circulante e se localiza no interior dos eritrócitos. Assim como a hemoglobina, a mioglobina consiste em uma conjunção peptídica com menos fragmentos e é responsável pelo armazenamento de oxigênio das células, contribuindo para o metabolismo de ß-oxidação e para as funções mitocondriais.
O restante do ferro disponível é captado pela transferrina, que transporta o ferro pelo plasma e líquido extracelular (representando uma pequena proporção do ferro corporal), e pela ferritina, que armazena o ferro em uma forma totalmente disponível (sendo encontrada no fígado, baço, na medula óssea e nos músculos).
No sistema nervoso, o ferro também exerce funções importantes, como a síntese de serotonina, a formação de mielina e o desenvolvimento sináptico. Um resumo das ações do ferro em diferentes locais e sistemas é observado a seguir:
Mitocôndrias / rins / coração / fígado / músculo esquelético
- Funções mitocondriais (ex.: ciclo de Krebs)
- Síntese de hemoproteínas e aglomerados ferro-enxofre
- Armazenamento de oxigênio
- Eliminação de espécies reativas de oxigênio (ROS)
- Metabolismo (ex.: beta-oxidação)
Glândula tireoide
- Produção de hormônios tireoidianos
Sistema imunológico
- Proliferação de células imunes
- Funções efetoras imunes (ex.: produção de citocinas e inflamação)
Células vermelhas do sangue
- Eritropoiese (produção de glóbulos vermelhos)
Sistema nervoso
- Função cerebral normal
- Síntese de neurotransmissores (ex.: serotonina)
- Formação de mielina
- Desenvolvimento sináptico
DNA e RNA
- Síntese de DNA e RNA
- Biogênese de microRNA
- Controle e proliferação do ciclo celular
- Fatores de transcrição (ex.: Bach1 e NPAS2)
Escolha do carboximaltose
A reposição de ferro pela via parenteral é realizada pela ligação do íon ferro com diferentes tipos de carboidratos. Os principais utilizados são: sacarose, gluconato, carboximaltose, dextran e polimaltose. Cada carboidrato ligado possui propriedades físico-químicas individuais, com capacidades distintas de liberar o ferro complexado, que estão diretamente ligadas com a segurança e eficácia do tratamento administrado.
Relacionado à liberação do ferro do interior do complexo, o peso molecular é o principal fator a ser considerado. Geralmente, quanto maior o peso molecular, maior o tempo em que o ferro permanecerá ligado, influenciando na meia-vida do ativo. No entanto, carboidratos contendo pesos moleculares muito elevados podem causar um acúmulo no organismo e impactar a segurança do paciente.
Diferenciais do ferro carboximaltose
O complexo contendo carboximaltose ligado ao íon ferro possui o peso molecular ideal para garantir uma liberação prolongada do ativo pelo organismo (150 Da x 10³). Essa é uma das únicas formas com características semelhantes à ferritina endógena, o que possibilita que os eritrócitos absorvam o ferro e controlem involuntariamente os estoques mediante a administração, permitindo uma infusão única sem ocorrer acúmulo e mantendo um tempo de meia-vida plasmática de 9,4 horas, com distribuição eficaz para os tecidos e órgãos.
Além disso, o complexo apresenta segurança e eficácia comprovadamente superior em relação aos demais carboidratos testados e relatados na literatura, e permite a administração da dose máxima indicada (1000mg) em uma única infusão durante um período de 15 minutos, tempo muito menor quando comparado à administração de outros complexos de ferro, que geralmente são realizados em infusões distintas e por um tempo de 4 horas.
Estudos clínicos
Estudos comparativos entre os principais complexos de ferro associados a carboidratos avaliaram níveis de hemoglobina, contagem de hemácias, concentração de ferritina, ocorrência de efeitos adversos e outros fatores após administração parenteral.
Em um estudo randomizado, foi realizado com 150 gestantes para verificar os níveis de eficácia do ferro para o tratamento de anemia. Os resultados obtidos estão demonstrados abaixo:
– Grupo A (n=50) recebeu infusão intravenosa com 1000mg de carboximaltose de ferro em 100mL de solução salina por 15 minutos.
– Grupo B (n=50) recebeu infusão intravenosa com 200mg/dia de sucrose de ferro em 100mL de solução salina por 20 minutos durante 5 dias.
– Grupo C (n=50) recebeu injeção intramuscular com 75mg/dia de ferro sorbitol por 13 dias (totalizando 1000mg).


Figura 1 – Nível de hemoglobina após seis semanas da administração parenteral de ferro.
Fonte: ASHOK, Dr. Patil Keval (2015).


Figura 2 – Nível de hemácias após seis semanas da administração parenteral de ferro.
Fonte: ASHOK, Dr. Patil Keval (2015).


Figura 3 – Nível de ferritina após seis semanas da administração parenteral de ferro.
Fonte: ASHOK, Dr. Patil Keval (2015).
Conforme observado nos resultados compilados, o complexo carboximaltose apresentou desempenho superior em todos os parâmetros avaliados.
Após a sua administração, observou-se uma redução do ferro sérico total entre 24 e 72h, com níveis abaixo do limite de quantificação entre 60 e 96h. Por outro lado, a ferritina sérica apresentou um aumento dependente da dose, variando de 23 a 210 vezes acima do nível basal entre 48 e 120h.
Em relação à ocorrência de efeitos adversos, outro estudo comparativo analisou a ocorrência de eventos locais e sistêmicos, após a administração intravenosa de ferro carboximaltose e ferro sucrose. Os resultados encontram-se na imagem a seguir:

Figura 4 – Comparativo entre a ocorrência de efeitos adversos relacionadas ao Ferro Carboximaltose.
Fonte: CHRISTOPH, P. et al. (2012).
É possível observar a ocorrência inferior de efeitos adversos na administração de ferro carboximaltose. Todos os efeitos adversos relatados foram considerados leves e reversíveis rapidamente. Esses dados corroboram com os demais citados em diversos artigos relacionados ao complexo, assegurando a sua utilização pela via parenteral, com baixa ocorrência de efeitos adversos graves, inclusive em infusão única, na dose máxima preconizada (1000mg).
Os eventos adversos relacionados à administração de ferro incluem: tontura, dor de cabeça, febre, hipofosfatemia e, em casos raros, anafilaxia.
Para garantir uma administração terapêutica segura, é importante manter o acompanhamento do paciente no início da infusão e suspender imediatamente o uso caso ocorra qualquer intercorrência clínica.
Apresentação disponível
Ferro carboximaltose 250mg/10mL
Uso exclusivo EV
Via de administração
A via mais indicada para a administração de ferro carboximaltose é a endovenosa, devido à boa tolerabilidade e segurança durante a aplicação. Além disso, essa via impede o extravasamento do ativo na pele, passível de ocorrência pela via intramuscular.
Dose
A dose administrada depende da prática clínica e das particularidades de cada paciente, assim como o tempo de infusão depende da concentração final administrada.
Informações gerais
A administração parenteral de ferro possui ação direta no tratamento da deficiência ou depleção, mas não substitui completamente a utilização de suplementos orais. Geralmente, a administração endovenosa é indicada quando a via oral não é bem aceita pelo paciente ou quando há necessidade de elevar os níveis rapidamente.
Nosso cuidado com a qualidade está presente em todas as etapas do processo, inclusive na homologação de matérias-primas. Após testes rigorosos e análises criteriosas, escolhemos uma matéria-prima de grau parenteral que se destaca por sua pureza e ausência de alumínio, confirmada pela análise de varredura de metais pesados conduzidas por plasma induzido acoplado à massas (ICP-MS).
Dessa forma, garantimos uma formulação de excelência alinhada ao nosso compromisso de oferecer produtos que respeitam a individualidade e promovem a saúde de forma integral.
IMPORTANTE
Este material é de apoio técnico para prescritores e é proibida a sua divulgação para consumidores, nos termos do item 5.14 da RDC 67/2007.
Christoph P, Schuller C, Studer H, Irion O, De Tejada BM, Surbek D. Intravenous iron treatment in pregnancy: comparison of high-dose ferric carboxymaltose vs. iron sucrose. J Perinat Med. 2012 May 13;40(5):469-74. doi: 10.1515/jpm-2011-0231. PMID: 22945271.
Jose A, Mahey R, Sharma JB, Bhatla N, Saxena R, Kalaivani M, Kriplani A. Comparison of ferric Carboxymaltose and iron sucrose complex for treatment of iron deficiency anemia in pregnancy- randomised controlled trial. BMC Pregnancy Childbirth. 2019 Feb 4;19(1):54. doi: 10.1186/s12884-019-2200-3. PMID: 30717690; PMCID: PMC6360702.
DR. PATIL KEVAL ASHOK. Comparison of intravenous ferric carboxymaltose, intravenous iron sucrose and intramuscular iron sorbitol in anemia in pregnancy: A randomised controlled trial. Dissertation submitted to BLDE University, Vijayapur. Master of surgery in obstetrics and gynaecology. 2015.
Qassim A, Mol BW, Grivell RM, Grzeskowiak LE. Safety and efficacy of intravenous iron polymaltose, iron sucrose and ferric carboxymaltose in pregnancy: A systematic review. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2018 Feb;58(1):22-39. doi: 10.1111/ajo.12695. Epub 2017 Sep 18. PMID: 28921558
Geisser P, Banke-Bochita J. Farmacocinética, segurança e tolerabilidade da carboximaltose.
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