Carga tóxica: vias, efeitos
e dicas de prevenção

A capacidade que o corpo humano tem de retornar ao seu equilíbrio diante de fatores internos e externos, os quais o impactam diariamente, é crucial para a saúde humana, e o poder de desintoxicação do nosso corpo é uma importante ferramenta de adaptação neste processo para manter a homeostase.

Todos os dias, o corpo é exposto a diferentes substâncias que contribuem para a acumulação de carga tóxica. Diante de uma sobrecarga, estas substâncias podem acumular-se em nas células, gerando uma toxicidade com influência negativa no sistema imune, endócrino e neurológico.

A acumulação vem sendo percebida por profissionais da saúde, os quais já consideram a sua importância para diagnósticos e prescrições. Esse movimento é amparado na literatura científica, que demonstra, de forma cada vez mais clara, que fatores relacionados com o estilo de vida moderno, como a poluição do ar, da água e do solo, o uso indiscriminado de agrotóxicos, as embalagens plásticas e os aditivos químicos de alimentos e cosméticos impactam na saúde.

Por isso, selecionamos para este texto estudos atuais que demonstram os efeitos cumulativos de agentes químicos do dia a dia no corpo humano, em suas diversas fases de vida. Trazemos também dicas práticas, que podem ser repassadas aos pacientes para minimizar a contaminação no dia a dia.

O conceito de carga tóxica

O termo carga tóxica se refere ao acúmulo de toxinas e produtos químicos no organismo. Esses elementos potencialmente nocivos chegam ao corpo por uma variedade de fontes, incluindo o meio ambiente, os alimentos, a água, os cosméticos e os produtos de limpeza.

Ambientes fechados

O recente isolamento social, experimentado mundialmente em decorrência da pandemia de Covid-19, acelerou ainda mais a tendência experimentada nas últimas décadas, de passar longos períodos em ambientes fechados.

Isso aumentou a exposição a um tipo de poeira que é considerada um reservatório para produtos químicos comerciais de consumo, incluindo muitos compostos com efeitos na saúde, conhecidos ou suspeitos.

De acordo com uma meta-análise publicada em Environmental Science & Technology, os ftalatos foram as substâncias encontradas em maior concentração na poeira de ambientes internos nos EUA. Usadas, entre outras coisas, para deixar os plásticos mais maleáveis, essas substâncias são consideradas cancerígenas, podendo causar danos ao fígado, rins, pulmão e sistema reprodutivo. Também podem provocar alterações hormonais, por suas propriedades xenoestrógenas.

Outras substâncias encontradas com frequência foram os fenóis, retardantes de chama, fragrâncias e surfactantes fluorados. Muitos desses químicos compartilham características de perigo, como toxicidade para o sistema endócrino, incluindo o sistema reprodutor.

Microplásticos

Além de substâncias químicas nocivas, a poeira de ambientes fechados também é rica em microplásticos. Segundo estudos, ainda mais rica que a poeira de ambientes abertos. Isso pode ser explicado pela presença de fontes de microplástico, como móveis e têxteis, por exemplo, pela deposição de microplásticos atmosféricos em ambientes fechados e pela menor renovação do ar.

Além da respiração, o entendimento atual é que a exposição humana interna aos microplásticos ocorre também por meio do contato dérmico e da ingestão. Essa última, inclusive, era considerada a principal via de exposição humana aos microplásticos até que estudos recentes revelaram potencial de alta exposição por inalação.

Evidências toxicológicas iniciais indicam que partículas pequenas (<20mm) podem causar estresse oxidativo e inflamação, enquanto partículas de até 5mm podem ser engolidas pelas células e translocadas para se acumularem em diferentes órgãos.

Legenda: Vias de exposição aos microplásticos e riscos associados.

O estudo recentemente publicado em Environment International trouxe para a discussão o nível de exposição humana a MPs e micropartículas em geral. Na ocasião, foram coletados diferentes MPs na placenta de gestantes. Três deles foram identificados como polipropileno tingido de polímero termoplástico, enquanto em outros nove foi possível identificar apenas os pigmentos, todos utilizados para revestimentos artificiais, tintas, adesivos, emplastros, tintas a dedo, produtos de polímeros, de higiene pessoal e cosméticos.

Diante da importância da placenta no desenvolvimento do feto, a presença de partículas exógenas e potencialmente prejudiciais (de plástico) é uma questão de grande preocupação. Possíveis consequências nos resultados da gestação e do feto são os efeitos transgeracionais dos microplásticos no metabolismo e na reprodução.

Agrotóxicos

De acordo com revisão publicada em International Journal of Environmental Research and Public Health, o Brasil se tornou um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Apenas em 2018, estima-se que 549.280 toneladas de defensivos químicos tenham sido aplicados na agricultura. Entre 2016 e 2019, mais de 1.200 novos pesticidas e herbicidas foram registrados no país, sendo que 193 deles contêm produtos químicos proibidos na União Europeia.

Com base em 51 estudos, a revisão apontou que, além dos trabalhadores rurais envolvidos, essas substâncias têm contaminado a população em geral, pelo consumo de alimentos e de água com resíduos de agrotóxicos. Estima-se que aproximadamente 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros estão contaminados, e que cada pessoa ingira cerca de 7,5L de agrotóxicos por ano – a maior taxa de consumo per capita do mundo.

O efeito mais evidente foi a genotoxicidade, que altera as vias metabólicas e oxidativas e provoca danos no DNA e alterações epigenéticas. Além disso, a complexidade da característica metabólica do pesticida é aumentada pela exposição combinada com outros intoxicantes que aumentaram ou diminuíram as enzimas implicadas no metabolismo.

Disruptores endócrinos

Disruptores endócrinos (EDC, na sigla em inglês) são produtos químicos exógenos, ou mistura de produtos químicos, que interferem em qualquer aspecto da ação hormonal, perturbam a homeostase e podem alterar a fisiologia durante toda a vida de um indivíduo, desde o desenvolvimento fetal até a idade adulta.

Quando em doses relevantes, muitos deles ligam-se a receptores hormonais e atuam como agonistas ou antagonistas, aumentando, atenuando ou bloqueando a ação dos hormônios. Também alteram o número de receptores hormonais em diferentes tipos de células e a concentração de hormônios circulantes. Estão relacionados a alterações na tiroide e, nos sistemas reprodutivo e nervoso central, à obesidade e ao diabetes mellitus tipo 2.

Embora possa haver centenas ou mais de produtos químicos com atividade de disruptores endócrinos, citaremos aqui os mais comuns.

Bisfenol A. O bisfenol A. (BPA, na sigla em inglês) é o produto químico mais produzido atualmente, com 6,8 milhões de toneladas fabricadas apenas em 2013. É usado em embalagens de alimentos, brinquedos e em outras aplicações. Em contato com alimentos, o BPA pode lixiviar nos alimentos ou na água sob altas temperaturas, manipulação física ou uso repetitivo. Devido à sua natureza onipresente e exposição contínua, 93% dos americanos têm uma quantidade mensurável de BPA na urina.

Atrazina. A atrazina (ATR, na sigla em inglês) é um herbicida de clorotriazina amplamente utilizado para controlar o crescimento de ervas daninhas de folhas largas e gramíneas em culturas como milho comercial, sorgo e cana-de-açúcar. Parques e campos de golfe também usam a ATR. É reconhecida por sua capacidade de permanecer ativa por longos períodos, pelo seu baixo custo e amplo espectro de controle de ervas daninhas. A ATR e seus metabólitos são comumente relatados como contaminantes de águas subterrâneas e superficiais, incluindo água potável.

Bifenilos policlorados. Os bifenilos policlorados (PCBs, na sigla em inglês) foram produzidos em massa globalmente desde o final da década de 1920 até serem banidos em 1979. Foram utilizados em diversos produtos, como plastificantes em borracha e resinas, papel autocopiativo, adesivos e tintas. Seu uso resultou em contaminação ambiental generalizada, incluindo prédios e escolas. Alguns PCBs são classificados como disruptores endócrinos porque possuem ações tireoidogênicas, estrogênicas e antiandrogênicas.

Difenílicos polibromados. A produção comercial de difenílicos polibromados (PBDEs, na sigla em inglês) começou no final da década de 1970, quase na época em que a produção de PCBs foi proibida. Eles foram utilizados ​​como retardadores de chama em produtos estofados, colchões e roupas. Em 2001, aproximadamente 33.000 toneladas de PBDEs foram produzidas. Alguns tipos de PBDEs foram proibidos na Europa e na Ásia, mas outras variações continuam a ser amplamente utilizadas globalmente.

DDT. O p,p’-diclorodifeniltricloroetano (DDT, na sigla em inglês) é um inseticida sintético industrial e doméstico com meia-vida longa, uso extensivo e natureza lipofílica, características que o tornaram um importante contaminante ambiental. O DDT e seus metabólitos, diclorodifenildicloroetileno (DDE) e diclorodifenildicloroetano (DDD), têm sido associados a doenças endócrinas, como tumores testiculares, câncer endometrial, câncer pancreático, diabetes mellitus tipo 2 e câncer de mama.

Ftalatos. Os ftalatos e os ésteres de ftalatos compõem um grande grupo de compostos usados como plastificantes líquidos, sendo encontrados em uma ampla gama de produtos, incluindo plásticos, revestimentos, cosméticos e tubos médicos.

Mecanismos de atuação das EDCs

De uma forma geral, as substâncias químicas desreguladoras endócrinas (EDCs, na sigla em inglês) podem atuar como obesogênicos, diabetogênicos e/ou disruptores cardiovasculares. Para efeitos obesogênicos, as EDCs atuam nos adipócitos e no cérebro induzindo a obesidade e gerando resistência à insulina, intolerância à glicose e dislipidemia e, por consequência, aumentando a suscetibilidade ao diabetes mellitus tipo 2 e a doenças cardiovasculares.

Além disso, as EDCs funcionam como diabetogênicos, afetando diretamente a ilhota de Langerhans, o que pode aumentar ou diminuir a biossíntese e a liberação normais de insulina, gerando hiper ou hipoglicemia. Um excesso de sinalização de insulina, bem como resistência à insulina, pode resultar em síndrome metabólica. Em modelos animais, as EDCs induzem resistência à insulina, intolerância à glicose, fígado gorduroso e dislipidemia no tecido adiposo branco, fígado e músculo esquelético. Esse quadro também induz diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares.

EDCs na gravidez

Devido às suas características bioquímicas, as EDCs atravessam a barreira placentária e atingem o feto em desenvolvimento, causando regulação genética/epigenética aberrante com modificações específicas do sexo e contribuindo para o aparecimento de distúrbios relacionados à placenta e à gravidez.
Estudos indicam também que a exposição ao BPA no período pré-natal está associada ao desenvolvimento de sibilos ou atopia e a alterações no fenótipo clínico. Também foi encontrada relação entre a exposição ao ftalatos nesse período e o aumento do risco de desenvolver chiado, asma e alergia.

EDCs na infância

Estudo realizado na Polônia encontrou altos níveis de exposição a ftalatos entre crianças em idade escolar. A exposição a dois ftalatos, nomeadamente DMP e DnBP, foi associada à pontuação de dificuldades no Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ, na sigla em inglês) e a problemas comportamentais específicos, como hiperatividade, desatenção e dificuldades de relacionamento com os pares. Além disso, descobriu-se que a exposição a ftalatos está negativamente associada à inteligência da criança (metabólitos ΣDnBP e MMP) e habilidades matemáticas (metabólitos ΣDnBP, MMP e MEP).

EDCs, microbiota intestinal e doenças metabólicas

A exposição a EDCs via ingestão de alimentos induz uma série de alterações no organismo, incluindo disbiose microbiana e a indução de vias xenobióticas e genes, enzimas e metabólitos associados envolvidos no metabolismo de EDC. Os produtos e subprodutos liberados após o metabolismo microbiano das EDCs podem ser absorvidos pelo hospedeiro e podem ter um grande impacto no metabolismo do hospedeiro e no desenvolvimento de doenças metabólicas.

Substâncias em cosméticos

Substâncias tóxicas podem ser encontradas nas formulações de diferentes aditivos de cosméticos, como fragrâncias, conservantes, estabilizantes, surfactantes, corantes e brilho. Muitas dessas substâncias, desreguladoras endócrinas ou não, outrora tidas como seguras, hoje passam por reavaliações científicas, onde fica evidente que a soma de pequenas doses pode ser mais maléfica do que se imaginava.

Se em “nano” dose ou não, a questão é que relatórios documentaram que o homem e a mulher usam em média seis e doze produtos cosméticos por dia, respectivamente, nos EUA. Entre as principais substâncias potencialmente tóxicas encontradas em cosméticos estão os disruptores endócrinos e os microplásticos, que já abordamos. Confira abaixo algumas outras dessas substâncias.

Cloreto de benzalcônio
O cloreto de benzalcônio (BAC, na sigla em inglês) é um dos conservantes mais amplamente utilizados em produtos cosméticos. Recentemente, um estudo mostrou que a exposição das células progenitoras neurais de rato a uma concentração mais alta de BAC levou à superprodução de espécies reativas de oxigênio, resultando na destruição da expressão da caspase-8 e diminuindo a viabilidade celular. Dados anteriores mostraram que produtos cosméticos com alta concentração de BAC têm alta potência para induzir a neurotoxicidade grave mediada por ROS em ratos que leva à apoptose em estágios posteriores.

Formaldeído
O formaldeído é um composto orgânico amplamente empregado como agente estabilizador de produtos como xampu, sabonete líquido, gel de banho corporal e loção para a pele. A exposição contínua ao formaldeído está associada a uma ampla gama de problemas de saúde, como vários tipos de câncer, incluindo carcinoma cutâneo e carcinoma sinusal, alergia, efeitos mutagênicos e leucemia mieloide. Vários estudos mostraram que a exposição ao formaldeído está envolvida na indução de efeitos citotóxicos em linfócitos humanos, células natural killer, células epiteliais e endoteliais brônquicas.

Parabenos
Os parabenos são uma classe de produtos químicos amplamente empregados como conservantes em produtos farmacêuticos e cosméticos devido às suas atividades antimicrobianas. No entanto, pesquisas recentes indicaram atividade de desregulação endócrina in vitro e in vivo dos parabenos.

Estudo recém-publicado em Environmental Health concluiu que a exposição de crianças/adolescentes (6-17 anos) a parabenos foi associada a concentrações reduzidas de hormônios reprodutivos circulantes. A maioria das 382 meninas (92%) tinha pelo menos um parabeno detectado na urina. Meninas com concentrações mais altas de parabenos urinários tiveram concentrações séricas significativamente mais baixas de estradiol e hormônios luteinizante e folículo-estimulante.

Dicas para reduzir a carga tóxica

Os profissionais de saúde estão em uma posição única e crucial para ajudar o público a entender a conexão entre o meio ambiente e a saúde. Ao incentivar os pacientes a adotar ações que reduzam a exposição a esses elementos químicos – como as listadas abaixo -, os profissionais permitem que seus pacientes protejam a saúde da sua família e desenvolvam uma compreensão mais ampla de como o ambiente afeta a saúde humana.

Comida e água

  • Lave bem frutas e vegetais antes de consumi-los;
  • Não coloque recipientes de plástico para alimentos no micro-ondas nem os use para
    armazenar líquidos quentes;
  • Evite recipientes de plástico;
  • Use recipientes de vidro, porcelana ou aço inoxidável, quando possível, especialmente para alimentos e bebidas quentes;
  • Prepare mais refeições em casa e priorize ingredientes frescos;
  • Se possível, compre produtos orgânicos.

Em casa

  • Evite o acúmulo de poeira nas diversas superfícies;
  • Aspire o chão com filtro HEPA, e use um pano úmido para tirar o pó;
  • Mantenha os calçados na entrada, optando por circular descalço ou com calçado
    exclusivo para o ambiente interno.

Atividade física

  • Pratique atividade física regularmente. O suor é um dos mecanismos de desintoxicação do corpo;
  • Evite exercícios ao ar livre quando os níveis de poluição estiverem altos;
  • Evite exercícios perto de áreas de tráfego intenso. Escolha rotas longe de estradas e vias movimentadas

Cuidado pessoal

  • Escolha produtos rotulados como “Sem Ftalatos”, “Sem BPA” e “Sem Parabenos”;
  • Evite fragrâncias artificiais, optando por cosméticos rotulados como “sem fragrância ou sem fragrância sintética”, “perfumado apenas com óleos essenciais”;
  • Lave as mãos com frequência, especialmente antes de preparar e comer alimentos.

Crianças

  • Evite brinquedos de plástico de segunda mão (pelo possível desgaste e maior propensão de liberação de substâncias com toxicidade);
  • Opte por brinquedos rotulados como “Sem BPA”.

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