A importância da nutrição na gestação
Quem está gerando uma vida tem sempre os melhores desejos. Prover mais saúde, orientação e educação ao seu filho. Para atender ao primeiro desejo, muitas mães aumentam os cuidados com a alimentação durante a gravidez. Ampliam a dieta, buscam alimentos saudáveis e, quando necessário, suplementam com nutrientes fundamentais.
O QUE TORNA OS SUPLEMENTOS UMA OPÇÃO DURANTE A GESTAÇÃO?
Segundo os pesquisadores de King’s College, da Universidade de Londres, a gestante de hoje não recebe a mesma quantidade de nutrientes em comparação a uma gestante que vivia há 90 ou 30 anos atrás. Em 1927, esses cientistas começaram a coletar dados sobre o teor de nutrientes dos alimentos (27 variedades de vegetais e 17 de frutas, 10 cortes de carne e alguns queijos e leites). As análises foram repetidas em intervalos regulares desde então, dando-nos uma imagem única de como a composição da nossa alimentação mudou ao longo do século passado: os alimentos perderam de 20 a 60% dos seus nutrientes.
Outras pesquisas vêm indicando que as gestantes podem apresentar uma carência nutricional de vitaminas e minerais essenciais, como o magnésio, folato, vitamina E, D ou mesmo de gorduras benéficas como o DHA.
Mas qual é a influência real da alimentação/suplementação na saúde de mãe e bebê?
A ciência vem destacando o papel fundamental de alguns nutrientes para essa fase de concepção com reflexos no presente e no futuro. Veja os principais:
ÔMEGA-3
Componente do ômega-3, o DHA é transferido a taxas altíssimas da mãe para o feto e essa distribuição é crucial para uma ótima saúde do cérebro, olhos, imunidade e desenvolvimento do sistema nervoso. Estudos vêm constatando que:
Crianças de mães suplementadas com ômega-3 apresentam melhor processamento mental, aprendizado, memória, desenvolvimento psicomotor e coordenação mãos-olhos, bem como menor propensão ao déficit de atenção.
O DHA é uma das principais gorduras estruturais na retina do olho, sendo responsável por até 60% do total de ácidos graxos poli-insaturados.
• Níveis adequados de DHA na dieta parecem ser cruciais para a construção de resiliência neuronal de longo prazo para um ótimo desempenho cerebral, além de ajudar na batalha contra doenças neurológicas.
• Melhor saúde gestacional e no parto.
• Melhor crescimento e desenvolvimento dos bebês.
• Devido à alta demanda do feto, pode ocorrer uma carência para a mãe deste importante nutriente e, consequentemente, ela apresentar problemas associados com essa deficiência, como: estresse e depressão pós-parto.
ÁCIDO FÓLICO
A ingestão deste nutriente durante a gravidez está relacionada à rápida proliferação celular, regulação da expressão genética, metabolismo de aminoácidos e síntese dos neurotransmissores. Também é importante para a saúde materna, podendo ajudar na prevenção ou minimização da depressão pós-parto.
Vitamina E
Essa vitamina é um importante antioxidante no período da gravidez. Estudos apontam que, mesmo sendo muito relevante durante toda a vida, níveis elevados de concentração de vitamina E durante o nascimento estão associados com melhor função cognitiva em crianças de 2 anos de idade. A carência deste antioxidante durante a gravidez é associada ao aumento de infecções, anemia, nanismo, aborto, desordens neurológicas e outras condições patológicas para a mãe e/ou bebê.
A vitamina E é dividida em tocoferóis e tocotrienóis. Suas fontes dietéticas naturais não são abundantes, sendo encontrada em algumas oleaginosas, folhas verdes, óleo de palma, farelo de arroz e óleo de cevada, entre outros.
IODO
É extremamente importante na biossíntese dos hormônios tireoidianos T3 e T4, que desempenham um papel notável no crescimento e desenvolvimento dos órgãos e, principalmente, do cérebro embrionário antes, durante e após a gravidez.
A ingestão de iodo nos níveis recomendados ajudará a evitar uma má formação cerebral e preservar a capacidade de aprendizado da criança. Mesmo uma deficiência leve pode prejudicar o desenvolvimento intelectual da criança.
Na gestação, uma deficiência de iodo pode levar a um quadro de hipotireoidismo congênito. Nesses casos, a glândula tireoide do recém-nascido é incapaz de produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos. Se não receberem diagnóstico e tratamento adequados, essas crianças podem ter o crescimento e desenvolvimento mental seriamente comprometidos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), toda mulher grávida deve consumir cerca de 250mg de iodo por dia, e isso deve ser continuado até o término do período da amamentação.
ZINCO
O zinco é um mineral com alta demanda pelo feto, pois atua na regulação do desenvolvimento cerebral durante a fase fetal e pós-natal.
Melhorar o nível de zinco pode ajudar quanto a uma possível depressão da mãe, uma vez que ele atua como um importante cofator para síntese de neurotransmissor. De fato, sob condições de grande estresse, o organismo elimina rapidamente o zinco através da urina, suor e saliva – quanto mais depressão, menor o nível de zinco.
Outro fator de proteção do zinco acontece diante da possibilidade de infecções virais, bacterianas e fúngicas. Isso porque esse micronutriente é um grande responsável pelo funcionamento do sistema imune.
COLINA
Trata-se de um nutriente essencial presente em alimentos como fígado, carnes bovinas, peixes, amendoim e gema de ovos. Oferece benefícios tanto para danos hepáticos quanto para alterações neurológicas como depressão, perda de memória, entre outros.
Um aumento de sua necessidade aparece durante a gravidez e lactação, porque a colina é necessária para a produção da lipoproteína fosfatidilcolina – componente de todas as membranas celulares -, e desempenha um papel central no desenvolvimento cerebral da criança, em especial na área do hipocampo e encéfalo frontal (regulação da memória e atenção), antes e após o nascimento.
Estudo da Universidade de Cornell aponta que o nutriente pode melhorar a maneira como a criança responde ao estresse. Outra pesquisa, desenvolvida na Universidade do Colorado, EUA, relatou um melhor funcionamento cognitivo da criança, além de uma redução no risco de desenvolver, futuramente, esquizofrenia.
FERRO
É considerado necessário para apoiar o crescimento e o desenvolvimento do feto e da placenta. Também ajuda a atender à crescente demanda por células vermelhas do sangue para transportar oxigênio.
A deficiência de ferro é a principal causa de anemia durante a gravidez. A anemia grave por deficiência de ferro tem sido associada a um risco aumentado de bebês com baixo peso ao nascer (menos que 2.500 gramas), parto prematuro e mortalidade perinatal.
AMPLIANDO O ACESSO
Sabemos que nem todas as futuras mães têm acesso à alimentação e suplementação adequadas. Além da falta de orientação, há a questão financeira.
Foi olhando para isso com amor e um desejo de bem que nasceu o Be Generous, um projeto social idealizado pelo Essentia Group, que doa ômega-3 e polivitamínico para gestantes com maior necessidade nutricional, durante o atendimento pré-natal.
Quer entender um pouco mais sobre este projeto? Acesse o site do Be Generous e conheça.
Confira a palestra do Dr Rogério Rita na semana Especial do Nutricionista.
Principais artigos que basearam este texto
Association between vitamin intake during pregnancy and risk os small for gestational age Low dietary choline and low dietary riboflavin during pregnancy.2010 Selected trace elements concetrations in pregnancy and their possible role Vitaminas ômega3 e neurodesenvolvimento meta-análise Vitaminas ômega3 e outcomes
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