Anamnese clínica: como a tecnologia pode facilitar essa etapa do atendimento
É no primeiro contato entre o paciente e o profissional de saúde que eles se conhecem e traçam uma estratégia para combater as principais queixas trazidas no atendimento. E, para isso, é necessário conhecer mais do que apenas os sintomas visíveis, mas, também, os dados gerais, o histórico de saúde, os hábitos de vida e muitos outros aspectos que podem estar relacionados com o estado de saúde de um indivíduo.
Se você é um profissional da saúde, com certeza já conhece este documento tão importante chamado anamnese clínica, mas aqui vamos te explicar de que forma a tecnologia pode deixar esse processo mais completo e útil para o dia a dia da sua clínica ou consultório. Acompanhe!
O que é a anamnese clínica e quais etapas não podem faltar?
A anamnese clínica é a primeira etapa que é realizada quando da chegada do paciente no atendimento médico. Trata-se de uma entrevista feita pelo profissional de saúde para conhecer o paciente e coletar informações detalhadas sobre sua saúde. Esse documento é essencial para dar um diagnóstico assertivo e orientar o tratamento correto.
Etapas essenciais da anamnese clínica:
Cada profissional pode criar a sua própria anamnese, com as etapas que considera fundamentais para conhecer o paciente e traçar a melhor estratégia para lidar com suas queixas. Entretanto, existem algumas etapas que podem ser essenciais em qualquer documento. Veja:
- Identificação do paciente: nome completo, idade, sexo, estado civil, profissão, naturalidade, endereço, telefone, entre outros dados pessoais relevantes;
- Queixa principal (QP): motivo que levou o paciente a buscar atendimento, descrito com as próprias palavras dele;
- História da doença atual (HDA): descrição detalhada da queixa principal: início, duração, intensidade, fatores que agravam ou aliviam, sintomas associados, evolução, etc;
- História patológica pregressa (HPP): condições anteriores, hospitalizações, cirurgias, alergias, uso de medicamentos e histórico de vacinação;
- História familiar (HF): ocorrência de doenças hereditárias ou crônicas na família, como hipertensão e diabetes, por exemplo;
- História psicossocial e de hábitos de vida: aspectos emocionais, estilo de vida, alimentação, prática de atividade física, ocupação e ambiente de trabalho;
- História ginecológica/obstétrica (quando aplicável): primeira menarca, características do ciclo menstrual, número de gestações, partos, uso de contraceptivos, entre outros;
- Revisão de sistemas: investigação sistemática de sintomas em diferentes sistemas do corpo (respiratório, cardiovascular, gastrointestinal e urinário, por exemplo), mesmo que o paciente não os tenha mencionado espontaneamente.
Uma anamnese clínica completa e bem estruturada é essencial, pois garante uma visão integral do paciente, compreendendo fatores de risco, condições associadas e o contexto em que a pessoa está inserida.
Como a tecnologia pode otimizar a sua anamnese clínica?
Não é novidade que cada vez mais a tecnologia vem fazendo parte do dia a dia de trabalho de diversos profissionais, e na área da saúde não é diferente.
Alguns softwares e a própria inteligência artificial podem otimizar e melhorar significativamente a anamnese clínica ao tornar o processo mais eficiente, preciso, personalizado e integrado. Conheça as principais ferramentas que podem auxiliar a construção de uma boa anamnese:
Prontuário eletrônico
O prontuário eletrônico nada mais é do que o histórico de saúde de um paciente de forma digital. Essa ferramenta ajuda a automatizar o registro da anamnese, com campos padronizados e informações específicas a respeito do paciente.
Além disso, facilita o acesso rápido ao histórico médico, aos exames anteriores, às medicações e à evolução clínica, reduzindo erros de transcrição e aumentando a legibilidade das informações.
Integração com a inteligência artificial
Pesquisas científicas, diagnósticos, tratamentos e muitas outras áreas da saúde já estão sendo impactadas positivamente pelo uso da inteligência artificial.
Na anamnese clínica, esse recurso pode auxiliar na sugestão de perguntas complementares com base nos sintomas relatados pelo paciente, na formulação de hipóteses diagnósticas baseadas em um banco de dados clínicos e na personalização do roteiro da anamnese conforme o perfil e histórico do paciente, deixando o documento mais completo.
Formulários digitais de pré-consulta
O envio de formulários de pré-consulta podem ser fundamentais para otimizar a anamnese no momento da consulta. Esse documento, enviado ao paciente no agendamento, permite que sejam preenchidos de forma antecipada os principais dados cadastrais, condições pré-existentes e todas as informações prévias relacionadas à saúde antes do atendimento.
Assim, o médico tem acesso a essas informações com antecedência, podendo focar em pontos mais relevantes e até mesmo já traçar perguntas complementares para auxiliar no momento da consulta.
Transcrição inteligente
Existem softwares que oferecem recursos de reconhecimento de voz e transcrição inteligente, permitindo ao profissional de saúde registrar a anamnese sem precisar digitar no momento da consulta.
O uso dessa ferramenta ajuda a diminuir o tempo com tarefas operacionais e favorece a atenção direta ao paciente, o que constrói um atendimento mais humanizado e enriquecedor.
Alertas e lembretes durante o atendimento
Como já mencionamos, a anamnese clínica ajuda a nortear a decisão do profissional de saúde para um diagnóstico mais assertivo e uma prescrição de tratamento eficiente. Para isso, ainda no momento dessa “entrevista” com o paciente, sistemas de alertas e lembretes podem ser bons aliados.
Essas ferramentas enviam avisos durante o preenchimento dos dados, que podem indicar a necessidade de investigações adicionais, de acordo com as informações registradas pelo profissional.
Além disso, podem indicar, no momento da prescrição, interações medicamentosas, contraindicações e até mesmo dosagens alteradas, sendo importantes para apoiar uma decisão médica mais precisa e segura.
A tecnologia em todas as etapas do atendimento
Tanto no momento da anamnese quanto em diversas etapas do atendimento, a tecnologia pode ajudar a agilizar o processo, reduzir erros, melhorar a qualidade da informação coletada e ampliar a segurança de todo o processo. Mas, para que isso funcione bem, o uso deve ser ético, centrado no paciente e como apoio à decisão clínica.
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