Mix de Vitaminas B12

Metilcobalamina 2mg + Adenosilcobalamina 2mg + Hidroxocobalamina 1mg/1mL (EV/IM/SC)

Mix de vitaminas B12: uma combinação poderosa para a saúde 

A vitamina B12, também conhecida como cobalamina, é essencial para diferentes funções fisiológicas, como a síntese de DNA, a formação e manutenção das bainhas de mielina, a produção de neurotransmissores e a eritropoiese. Ela existe em quatro principais formas: cianocobalamina, metilcobalamina, hidroxocobalamina e adenosilcobalamina.

 A metilcobalamina e a adenosilcobalamina são formas bioativas da B12. Enquanto a metilcobalamina atua predominantemente no plasma celular, a adenosilcobalamina é ativa apenas nas mitocôndrias, sendo essencial para a produção de energia e para o metabolismo mitocondrial. A adenosilcobalamina é predominante em todos os tecidos, especialmente nos músculos e órgãos como o fígado, já a metilcobalamina e a hidroxocobalamina estão presentes em proporções semelhantes no sangue e na medula espinhal.

A hidroxocobalamina, embora não seja uma coenzima bioativa, é uma intermediária comum no metabolismo da B12 e pode ser convertida eficientemente pelo corpo em metilcobalamina e adenosilcobalamina. Ela tem uma afinidade elevada pelas moléculas de transporte do corpo, o que permite uma circulação prolongada no sangue, tornando-se, assim, uma forma ideal para o armazenamento da vitamina. Nas células, tanto a adenosilcobalamina quanto a metilcobalamina são necessárias e podem ser convertidas uma na outra conforme as demandas metabólicas.

Para formulações injetáveis, as formas mais indicadas são a metilcobalamina, a hidroxocobalamina e a adenosilcobalamina, visto que são formas naturais e rapidamente ativas no organismo. Enquanto a cianocobalamina, por sua vez, é uma substância sintética mais utilizada em suplementos orais.

Além disso, a escolha por essas formas também pode ser particularmente benéfica em distúrbios genéticos do metabolismo da B12, condição na qual a hidroxocobalamina tem demonstrado eficácia especial. Portanto, a formulação do Mix de Vitaminas B12 foi desenvolvida para combinar as suas formas naturais, oferecendo benefícios para diferentes quadros de saúde.

Apresentação disponível

Metilcobalamina 2mg + Adenosilcobalamina 2mg + Hidroxocobalamina 1mg (Mix de vitaminas B12)/1mL

Mecanismo de ação

A metilcobalamina atua principalmente no ciclo da metionina, essencial para a metilação de DNA, RNA e proteínas. Nesse processo, ela é um cofator da enzima metionina sintase, que converte homocisteína em metionina, um precursor da S-adenosilmetionina (SAM) e doador universal de grupos metil no corpo. Essa reação é essencial não apenas para a síntese de metionina, mas também para a produção de neurotransmissores e para o desenvolvimento neuronal saudável, fatores importantes em pacientes com desordens neuropsiquiátricas associadas à deficiência de B12.

Por outro lado, a adenosilcobalamina funciona predominantemente nas mitocôndrias, onde é cofator da enzima metilmalonil-coenzima A mutase, que auxilia no metabolismo dos ácidos graxos e aminoácidos de cadeia ímpar. Essa enzima catalisa a conversão do L-metilmalonil-CoA em succinil-CoA, um intermediário do ciclo do ácido tricarboxílico, contribuindo para a produção de energia celular. A deficiência de adenosilcobalamina pode resultar em acúmulo de ácidos graxos não fisiológicos, impactando diretamente a saúde neurológica e a função mitocondrial.

A hidroxocobalamina se destaca entre as formas de vitamina B12 devido à sua capacidade de se converter facilmente nas formas bioativas metilcobalamina e adenosilcobalamina, conforme a necessidade do organismo. Essa versatilidade metabólica somada à sua maior estabilidade faz da hidroxocobalamina uma opção terapêutica valiosa.

Fonte: Thakkar, K. and Billa, G. 2015.

Estudos sobre meia-vida 

Estudos indicam que a hidroxocobalamina possui uma meia-vida plasmática prolongada, geralmente de 24 a 48 horas, o que a diferencia de outras formas de B12, como a metilcobalamina. Após a administração, a hidroxocobalamina é eficientemente armazenada no fígado e em outros tecidos. Isso ocorre devido à sua alta afinidade pelas proteínas de transporte, como a transcobalamina II, que facilita sua distribuição e retenção no organismo. Além disso, sua resistência à degradação metabólica prolonga sua biodisponibilidade, permitindo uma liberação gradual na corrente sanguínea e uma manutenção mais duradoura dos seus níveis sanguíneos.

A metilcobalamina, por sua vez, apresenta uma meia-vida plasmática de cerca de 6 a 12 horas. Ela é rapidamente distribuída nos tecidos, com preferência por órgãos como o fígado e os rins e o sistema nervoso, onde desempenha seu papel como cofator na síntese de metionina e na manutenção da mielina. Embora sua meia-vida seja menor, sua eficácia como forma coenzimática ativa a torna fundamental em processos bioquímicos específicos.

Já a adenosilcobalamina apresenta uma duração estimada de 1 a 2 horas, devido à sua rápida metabolização ou conversão em outras formas circulantes, como a hidroxocobalamina ou metilcobalamina. No entanto, intracelularmente, a adenosilcobalamina é armazenada no fígado e nos músculos, onde sua meia-vida funcional pode ser consideravelmente mais longa, dependendo do turnover celular. Essa forma é essencial no metabolismo mitocondrial, atuando como cofator da metilmalonil-CoA mutase, enzima chave no ciclo do ácido propiônico. E por sua estabilidade relativamente menor no plasma, a adenosilcobalamina é predominantemente intracelular, sendo armazenada nos tecidos onde é necessária, especialmente para reações metabólicas específicas. Esse perfil metabólico contribui para sua importância funcional em processos energéticos e no metabolismo de lipídios e proteínas.

Em resumo, cada forma de vitamina B12 possui características únicas. Suas diferenças tornam cada isoforma mais adequada para contextos terapêuticos específicos, dependendo das necessidades metabólicas e clínicas de cada paciente.

Vias de administração

ev

Endovenosa (EV)

Recomenda-se diluir a ampola do produto em 250mL de soro fisiológico 0,9% e aplicar pela via endovenosa com gotejamento inicial lento (45-60min/bolsa), avaliando individualmente cada paciente.

sc

Intramuscular (IM)

Recomenda-se a administração intramuscular associada a uma ampola de lidocaína 2% ou 1%, para maior conforto do paciente. O conteúdo de cada ampola deve ser aspirado em conjunto em uma seringa e aplicado lentamente no músculo ventroglúteo de forma profunda.

sc

Subcutânea (SC)

Recomenda-se aplicar por via subcutânea, 1 vez por semana ou intercalando com outros protocolos a cada 15 dias, na região requerida. O volume indicado é de 1mL, mas considerando a administração do produto em quadrantes para evitar extravasamento e reações adversas locais.

Recomendações gerais

Ainda que eventos adversos com a vitamina B12 sejam pouco frequentes, algumas reações podem ocorrer. Entre elas, destacam-se possíveis manifestações alérgicas, como coceira, urticária, broncoespasmo e angioedema, além de reações gastrointestinais, incluindo perda de peso, náusea e vômitos. Em casos de extravasamento do medicamento para as camadas mais superficiais da pele, podem aparecer manchas avermelhadas e vermelhidão, especialmente após aplicações intramusculares ou subcutâneas.

Como as reações adversas estão diretamente associadas à suscetibilidade individual de cada paciente, é fundamental adotar técnicas de administração adequadas para garantir maior segurança e conforto. No contexto de terapias parenterais, a avaliação do histórico clínico, a consideração de tratamentos orais concomitantes, a correta diluição dos nutrientes, o ajuste do tempo de gotejamento, a higienização rigorosa das mãos e a antissepsia apropriada do local de aplicação contribuem para minimizar riscos, favorecendo uma prática clínica mais segura.

Essa associação não é recomendada para pessoas com reação alérgica a qualquer componente da fórmula.

IMPORTANTE

Este material é de apoio técnico para prescritores e é proibida a sua divulgação para consumidores, nos termos do item 5.14 da RDC 67/2007.

Andersson, H.C., & Shapira, E. “Biochemical and clinical response to hydroxocobalamin versus cyanocobalamin treatment in patients with methylmalonic acidemia and homocystinuria (cblC).” The Journal of Pediatrics, 132(1), 1998, pp. 121-124. doi:10.1016/S0022-3476(98)70496-2.

CARRILLO-CARRASCO, N.; CHANDLER, R. J.; et al. Combined methylmalonic acidemia and homocystinuria, cblC type. I. Clinical presentations, diagnosis and management. Journal of Inherited Metabolic Disease, v. 35, n. 1, p. 91-102, 2012.

Birch, C.S., Brasch, N.E., McCaddon, A., & Williams, J.H.H. “A novel role for vitamin B12: Cobalamins are intracellular antioxidants in vitro.” Free Radical Biology and Medicine, 47(2), 2009, pp. 184-188. doi:10.1016/j.freeradbiomed.2009.04.023.

BECK, W. S. Cobalamin (vitamin B12). In: RUCKER, R. B.; SCHEER, J. F.; MCCORMICK, D. B. (Eds.). Handbook of Vitamins. 3. ed. New York: CRC Press, 2001. p. 479.

Bond, C.M., Lees, K.A., & Enever, R.P. “Photolytic decomposition of 3 cobalamins: a quantitative study.” Journal of Pharmacy and Pharmacology, 24, 1972, Suppl.

Demerre, L.J., & Wilson, C. “Photolysis of vitamin B12.” Journal of the American Pharmaceutical Association, 45, 1956, pp. 129-134.

FIDALEO, M.; TACCONI, S.; SBARIGIA, C.; et al. Current nanocarrier strategies improve vitamin B12 pharmacokinetics. Nanomaterials, v. 11, n. 3, p. 743, 2021

Gimsing, P., Hippe, E., Helleberg-Rasmussen, I., et al. “Cobalamin forms in plasma and tissue during treatment of vitamin B12 deficiency.” Scandinavian Journal of Haematology, 29, 1982, pp. 311-318.

GONZÁLEZ-MONTAÑA, J. R.; ESCALERA-VALENTE, F.; ALONSO, A. J. Relationship between vitamin B12 and cobalt metabolism in domestic ruminant: an update. Animals, v. 10, n. 10, p. 1855, 2020.

GLASS, G. B. J.; LEE, D. Hydroxocobalamin: prolonged maintenance of high vitamin B12 blood levels following a short course of hydroxocobalamin injections. Blood, v. 27, n. 2, p. 234-242, 1966.

Hogenkamp, H.P. “The photolysis of methylcobalamin.” Biochemistry, 5, 1966, pp. 417-422.

Kapel, J. van, Spijkers, L.J.M., Lindemans, J., & Abels, J. "Improved distribution analysis of cobalamins and cobalamin analogues in human plasma in which the use of thiol-blocking agents is a prerequisite." Clinica Chimica Acta, 131(3), 1983, pp. 211-224.

Komaromy-Hiller, G., Nuttall, K.L., & Ashwood, E.R. "Effect of storage on serum vitamin B12 and folate stability." Annals of Clinical and Laboratory Science, 27, 1997, pp. 249-253.

Krautler, B. "Vitamin B12: chemistry and biochemistry." Biochemical Society Transactions, 33, 2005, pp. 806-810.

Pawlak, R., James, P.S., Raj, S., Cullum-Dugan, D., & Lukas, D. "Understanding Vitamin B12." American Journal of Lifestyle Medicine, 2012. doi:10.1177/1559827612450688.

Pezacka, E., Green, R., & Jacobsen, D.W. "Glutathionylcobalamin as an intermediate in the formation of cobalamin coenzymes." Biochemical and Biophysical Research Communications, 169(2), 1990, pp. 443-450. PubMed PMID: 2357215.

SOBCZYŃSKA-MALEFORA, A.; DELVIN, E.; SKALLERUD, K. Vitamin B12 status in health and disease: a critical review. Critical Reviews in Clinical Laboratory Sciences, v. 58, n. 4, p. 249–271, 2021.

Thakkar, K., & Billa, G. "Treatment of vitamin B12 deficiency–Methylcobalamin? Cyanocobalamin? Hydroxocobalamin?—clearing the confusion." European Journal of Clinical Nutrition, 69(1), 2015, pp. 1-2.

Tsao, C.S., & Myashita, K. "Influence of Cobalamin on the Survival of Mice Bearing Ascites Tumor." Pathobiology, 61, 1993, pp. 104-108.

Wheatley, C. "Cobalamin in inflammation III—glutathionylcobalamin and methylcobalamin/adenosylcobalamin coenzymes: the sword in the stone? How cobalamin may directly regulate the nitric oxide synthases." Journal of Nutritional and Environmental Medicine, 16(3-4), 2007, pp. 212-226. doi:10.1080/13590840701791863.