Otimização das funções tireoidianas

Ativos para a saúde da glândula tireoide.

O papel da glândula tireoide no metabolismo

A glândula tireoide desempenha um papel importante na manutenção do metabolismo e no crescimento e desenvolvimento do corpo humano. Ela está envolvida na produção dos hormônios tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que regulam os processos essenciais para o crescimento e desenvolvimento fetal, da criança e do adolescente, além de modular o metabolismo do adulto. (1-3)

Esses hormônios estão envolvidos no metabolismo energético, na manutenção das taxas do metabolismo basal e facilitam a termogênese. Manter seus níveis adequados é essencial para a saúde em todas as fases da vida. (2,3)

Entendendo a produção dos hormônios tireoidianos

O funcionamento da glândula tireoide é regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireoide e mediado pelos hormônios TRH (Hormônio liberador de tireotrofina), TSH (hormônio tireoestimulante), T3 (tri-iodotironina, hormônio tireoidiano ativo) e T4 (tetraiodotironina, precursor do T3).

A produção e liberação dos hormônios tireoidianos inicia-se na sinalização cerebral, com a secreção de TRH pelo hipotálamo, que estimula a liberação de TSH pela hipófise. O TSH ativa a produção hormonal na tireoide e sua secreção é também regulada pelos níveis de T4 e T3 circulantes: o aumento das concentrações de T4 e T3 livres inibe a síntese e a secreção de TSH, ao passo que concentrações hormonais mais baixas incrementam a secreção de TSH. (4)

O TSH estimula a tireoide a produzir T4 (tetraiodotironina), que será convertida em T3 (tri-iodotironina) ou em T3 reverso (RT3), pela ação da enzima 5-deiodinase. O T3 é o hormônio tireoidiano biologicamente ativo e sua conversão pode ser comprometida por fatores como toxinas, deficiências nutricionais, doenças autoimunes, estresse oxidativo ou inflamação.

Nesse caso, ocorre o aumento da produção do T3 reverso (RT3), que é biologicamente inativo e compete com o T3 ativo pelos receptores celulares. (4) Se a maior parte do T4 for convertida em RT3, o paciente pode apresentar sintomas de hipotireoidismo, mesmo com níveis adequados de T4, caracterizando o hipotireoidismo subclínico.

A suplementação com cofatores específicos para o metabolismo dos hormônios tireoidianos pode auxiliar na conversão adequada de T4 em T3 ativo, em vez de RT3.

As disfunções da tireoide: hipotireoidismo e hipertireoidismo

Quando o metabolismo dos hormônios tireoidianos entra em desequilíbrio, surgem as doenças relacionadas à tireoide: (5)

Hipotireoidismo: caracterizado pela produção insuficiente de hormônios tireoidianos. Suas principais causas incluem a deficiência de iodo, doenças autoimunes (tireoidite de Hashimoto) ou procedimentos que afetam o funcionamento da glândula tireoide (ex.: cirurgia para o hipertireoidismo, radioterapia). Os sintomas do hipotireoidismo incluem fadiga, ganho de peso, depressão, constipação, intolerância ao frio, entre outros.

Hipotireoidismo subclínico: É identificado em exames pela elevação do TSH sérico em pacientes com sintomas ausentes ou mínimos de hipotireoidismo e concentrações séricas normais de T4 livre.

Hipertireoidismo: Produção excessiva de hormônios tireoidianos, podendo ser causado por doenças autoimunes (doença de Graves) ou por uma hiperfunção autônoma da tireoide em decorrência da presença de nódulos. Os sintomas incluem perda de peso, taquicardia, ansiedade, sudorese excessiva e tremores.

Como otimizar as funções da tireoide?

Para manter as funções tireoidianas é importante observar a qualidade da alimentação e do estilo de vida. (6-8) Intervenções dietéticas como o uso de alimentos ricos em iodo, selênio e zinco, contribuem para manter os níveis adequados desses nutrientes importantes para as funções tireoidianas.

Além disso, a saúde da microbiota intestinal desempenha um papel significativo na modulação da função tireoidiana. A disbiose está associada a condições autoimunes como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. (8,9)

Em casos de disfunção tireoidiana, abordagens para o reequilíbrio hormonal são necessárias. No hipotireoidismo, a reposição hormonal pode ser necessária para restaurar os níveis adequados dos hormônios tireoidianos. No hipertireoidismo, os medicamentos antitireoidianos são a escolha para o tratamento. E, em todos esses cenários, o uso de suplementos pode auxiliar na otimização das funções da tireoide, como descreveremos a seguir.

Ativos para otimizar as funções tireoidianas

Cofatores do metabolismo da tireoide

Minerais, vitaminas e aminoácidos envolvidos na produção e liberação dos hormônios tireoidianos.

Iodo

Formador dos hormônios tireoidianos T3 e T4.

Mineral vital para diversas funções no organismo e nutriente principal para a síntese dos hormônios tireoidianos. (7) O iodo obtido pela dieta ou via suplementação é captado pela glândula tireoide, transformado em iodo orgânico e agrupado de modo a formar o T4 e T3. Suas quantidades disponíveis regulam essa produção.

Deficiências de iodo podem reduzir a síntese hormonal, enquanto o excesso de iodo pode, paradoxalmente, inibir a produção dos hormônios. (10) Para a suplementação de iodo podem ser utilizados o mineral na forma quelada, na forma de iodeto de potássio ou como iodo metaloide, forma inorgânica de iodo que oferece o elemento químico em sua forma mais pura (I2).

Outras opções são a Solução de Lugol (iodeto de potássio 10mg + iodo metaloide 5mg/2 gotas), o Iodoral (em cápsulas, onde a cada 12,5mg de Iodoral há 7,5 mg de iodeto de potássio e 5mg de iodo metaloide) e ainda o Kelp iodine (alga marinha Laminaria japonica, que possui alta concentração de iodo).

Sugestão posológica: 150 a 5.000mcg de iodo elementar, de acordo com a resposta individual do paciente. Doses elevadas de iodo podem bloquear a produção dos hormônios tireoidianos, levando ao hipotireoidismo e agravando a tireoidite de Hashimoto. Por isso, recomenda-se monitorar a função da tireoide, adequando doses ou suspendendo o uso do mineral caso o TSH aumente.

Selênio

Forma as enzimas 5-deiodinase e a Glutationa peroxidase; contribui para a conversão de T4 em T3 e para a proteção da tireoide.

O tecido tireoidiano é o que apresenta a maior concentração de selênio no organismo, presente principalmente na estrutura das selenoproteínas como a 5-deiodinase e a glutationa peroxidase. Essas enzimas estão envolvidas, respectivamente, na conversão do pró-hormônio T4 em T3, hormônio tireoidiano ativo, e na defesa dos tireócitos contra o estresse oxidativo. (7,10)

Manter os níveis adequados de selênio é, portanto, essencial para que a conversão de T4 em T3 ocorra, e para a proteção da tireoide. (10) Além disso, a suplementação de selênio pode estar relacionada com a prevenção de tireoidites autoimunes, observando-se a redução dos níveis de anticorpos anti-TPO após a reposição desse mineral. (7)

Sugestão posológica: 50 a 200mcg ao dia de selênio elementar. Sugerimos o uso de selenometionina, fonte de selênio biodisponível utilizada em estudos relacionados à saúde tireoidiana. Também está disponível na forma de Selenito de sódio, Selênio quelado Albion®, e o Exselen Plus rico em selenometionina.

Zinco

Melhora a conversão de T4 em T3; resultados positivos no hipotireoidismo.

O zinco desempenha um papel essencial na saúde da tireoide, modulando a síntese dos hormônios tireoidianos e auxiliando na conversão de T4 em T3, por meio da sua ação sobre as enzimas deiodinases. Além disso, o zinco é importante para regular a síntese do TSH, hormônio estimulador da tireoide. (7) Sua suplementação foi estudada em mulheres com hipotireoidismo e observou-se uma melhora significativa nos níveis de T3 e T4 das pacientes, com níveis regulados de TSH, após 12 semanas de uso de Zinco. (11)

Sugestão posológica: 10 a 60mg de zinco elementar. Pode ser prescrito na forma de quelado ou quelado Albion®, associado à carnosina (zinco carnosina), como acetato ou picolinato de zinco.

Tirosina

Substrato para a formação dos hormônios tireoidianos.

O aminoácido tirosina está presente na matriz das tireoglobulinas, proteínas produzidas pela tireoide e responsáveis pela formação dos hormônios tireoidianos. A tirosina é associada ao iodo, formando moléculas que posteriormente serão acopladas para produzir o T3 e T4. (5) Manter os níveis de tirosina adequados pode contribuir para as funções da glândula tireoidiana, como demonstrado em estudo que observou os efeitos da suplementação de tirosina nos níveis de TSH em pacientes moradores de regiões polares, onde comumente há um desequilíbrio do metabolismo tireoidiano. A administração de tirosina nesses pacientes reduziu os níveis de TSH, melhorando sua saúde tireoidiana. (12)

Sugestão posológica: 500 a 3000mg ao dia.

Cobre

Mantém a atividade da glândula tireoide.

Assim como os minerais selênio e zinco, pequenas quantidades de cobre são essenciais para o funcionamento do organismo. Dentre suas funções, o cobre mantém a atividade da tireoide e, segundo estudos, a manutenção das suas concentrações está associada com uma maior produção dos hormônios tireoidianos. (13,14) Sua suplementação pode auxiliar, portanto, em casos de hipotireoidismo nos quais os pacientes tenham deficiência desse mineral.

Sugestão posológica: 0,5 a 5mg ao dia, na forma de cobre quelado ou cobre quelado Albion®.

Proteção das funções tireoidianas

Ativos que mantém as funções tireoidianas, seja protegendo a tireoide contra o dano oxidativo relacionado com a tireoidite autoimune, melhorando a resposta imunológica, ou fornecendo nutrientes que dão suporte às suas ações.

Vitamina D3

Modula o sistema imunológico.
Proteção contra quadros autoimunes.

A vitamina D desempenha um papel importante tanto no metabolismo hormonal quanto na modulação do sistema imunológico e sua deficiência está associada ao risco de desenvolvimento de tireoidites autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto. (15)

Um estudo randomizado, envolvendo mais de 25 mil participantes, revelou que a suplementação de 2000UI de vitamina D3 por cinco anos reduziu em 22% a incidência de doenças autoimunes, incluindo a tireoidite autoimune. (16) Esse achado está alinhado com os resultados de uma meta-análise que investigou os efeitos da vitamina D em pacientes com tireoidite de Hashimoto. A pesquisa indicou que a suplementação de vitamina D3 pode reduzir os níveis de anticorpos anti-tireoglobulina e anti-TPO, especialmente após três meses ou mais de tratamento. (17)

A Vitamina D3 está disponível para manipulação em diferentes formas farmacêuticas e também na linha de suplementos Essential Nutrition. O VIT D3 Essential Nutrition contém 2000UI de Vitamina D3 por cápsula, em meio lipofílico (azeite de oliva extravirgem prensado a frio e TCM) que potencializa a sua absorção.

Sugestão posológica: 2.000 a 10.000UI ao dia ou até 70.000UI semanais.
Vit D3 Essential Nutrition: 1 cápsula (2.000UI) ao dia, com as refeições principais, ou conforme orientação.

Mio-inositol

Nutriente importante para a síntese e secreção dos hormônios tireoidianos.

O mio-inositol exerce um papel protetor para a tireoide melhorando a sinalização mediada pelo TSH, reduzindo os níveis dos anticorpos anti-tireoide e das citocinas pró-inflamatórias. (18) Quando os níveis de inositol estão reduzidos, a biossíntese, o armazenamento e a secreção dos hormônios tireoidianos podem ser comprometidos. (19) Sua suplementação em pacientes com hipotireoidismo subclínico e tireoidite autoimune é tema de diversos estudos, em especial associado ao selênio, nos quais foi observado que os ativos podem reduzir os níveis de TSH e dos anticorpos antitireoide nesses quadros. (18,20,21)

Sugestão posológica: 500 a 1.200mg ao dia. Estudos em hipotireoidismo subclínico usaram doses de 600mg ao dia, associado à selenometionina (83mcg de selênio elementar).

Vitaminas A e C

Proteção contra o dano oxidativo e contra a tireoidite autoimune.

As vitaminas A e C são antioxidantes naturais e seu consumo reforça as defesas do organismo contra os radicais livres. Segundo estudo publicado em 2024 (22), ter níveis adequados de vitamina C circulante protege contra o desenvolvimento do hipotireoidismo autoimune; enquanto que pacientes com menores níveis de vitamina A são mais susceptíveis a esse quadro. Ainda sobre a vitamina A, sua deficiência pode reduzir a captação de iodo pela tireoide, causando hipertrofia da glândula e prejudicando a síntese de tireoglobulina e a formação de T4 e T3. (23)

Além da opção de manipular as vitaminas em diferentes formas farmacêuticas, temos o Vitalift, da Essential Nutrition, um multivitamínico que fornece vitaminas e minerais de alto poder de absorção. Outra opção é o VIT C 4 Protect, uma fórmula com foco na melhora da imunidade que combina vitamina C, zinco quelado, betaglucana de levedura e o aminoácido L-lisina.

Sugestão posológica: Vitamina A: 1.500 a 5.000UI ao dia, podendo ser indicada na forma de retinol e betacaroteno; Vitamina C: 500 a 1.000mg ao dia. Sugerimos o uso da Vitamina C Total Essentia, que fornece o ácido ascórbico, o ascorbato de cálcio, o ascorbato de magnésio e o palmitato de ascorbila, potencializando os resultados terapêuticos.

Vitamina B12

Proteção contra o hipotireoidismo autoimune.

Outra vitamina importante para a prevenção do hipotireoidismo autoimune é a vitamina B12, cuja deficiência está associada ao surgimento desse quadro. Segundo estudos, os níveis de anticorpos anti-TPO são significativamente maiores em pacientes com níveis baixos de vitamina B12, (7,24,25) sugerindo a importância de manter seus níveis adequados para a saúde tireoidiana.

Sugestão posológica: sugerimos o uso de metilcobalamina, a forma ativa da vitamina B12, em doses de 500mcg a 1mg para a administração sublingual. Para a administração oral, sugerimos a hidroxicobalamina, nas mesmas doses.

Ashwagandha (extrato padronizado)

Regula o eixo hipotálamo-hipófise.

A ashwagandha, uma planta adaptógena renomada na medicina ayurvédica, é conhecida por promover longevidade, vitalidade e cognição. Seus principais compostos bioativos, os withanolídeos, oferecem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras, além de combaterem o estresse e a ansiedade.

Estudos destacam o papel da ashwagandha na regulação do eixo hipotálamo-hipófise, importante para a síntese dos hormônios tireoidianos T3 e T4. (26,27) Em um estudo clínico placebo-controlado, 25 indivíduos com hipotireoidismo subclínico foram tratados com 600mg de extrato de ashwagandha diariamente. Após 8 semanas, os níveis séricos de TSH, T3 e T4 se normalizaram, sugerindo que a ashwagandha pode ser uma aliada eficaz no tratamento do hipotireoidismo subclínico e na prevenção da progressão da doença. (27)

Sugestão posológica: 300 a 1.000mg ao dia, divididas em duas a três tomadas.

Black Cumin (Nigella sativa)

Proteção antioxidante.

Ativo derivado das sementes de Nigella sativa (cominho preto) que tem sido amplamente utilizado e estudado por suas notáveis propriedades terapêuticas. Visto que o estresse oxidativo está intimamente ligado às tireoidites autoimunes, (28) a ação antioxidante do black cumin despertou interesse no seu uso para o tratamento dessas condições. Em pacientes com tireoidite de Hashimoto, a suplementação com o extrato de Nigella sativa mostrou-se eficaz em equilibrar os níveis de TSH, reduzir os anticorpos anti-TPO e aumentar as concentrações de T3 após 8 semanas de tratamento. (29)

Sugestão posológica: 500mg, 2 a 4 vezes ao dia.

Probióticos e Prebióticos

Controle da disbiose relacionada às disfunções tireoidianas.

A suplementação com probióticos e prebióticos pode ser uma estratégia eficaz na otimização das funções tireoidianas, especialmente em pacientes com tireoidite autoimune. (8) A disbiose e o aumento da permeabilidade intestinal estão associados ao desenvolvimento de doenças inflamatórias e autoimunes, incluindo a tireoidite de Hashimoto (HT). (25)

Estudos indicam que pacientes com HT apresentam um microbioma menos diverso em comparação com indivíduos saudáveis, particularmente nos casos de HT com hipotireoidismo. (30) Além disso, a suplementação com simbióticos por 8 semanas demonstrou melhorar os níveis de TSH e reduzir a dose necessária de levotiroxina em pacientes com hipotireoidismo. (31) Isso sugere que a modulação do microbioma pode ser uma abordagem promissora no manejo das disfunções tireoidianas.

Sugestão posológica: para opções de associações, veja nossas Sugestões de Fórmulas.

Reposição de hormônios tireoidianos

Quando identifica-se uma baixa concentração de hormônios tireoidianos circulantes, costuma-se recomendar a reposição exógena do T3 e T4. Para essa reposição, deve-se considerar o uso de formas que explorem o potencial farmacológico de cada hormônio. Se por um lado o T3 – devido ao seu alto tempo de meia-vida e afinidade pelos receptores – necessita ser liberado lentamente para minimizar seus efeitos adversos, o T4 necessita de uma liberação mais efetiva para que seja absorvido pelo epitélio do TGI.

Para potencializar a biodisponibilidade e os efeitos terapêuticos dessa reposição hormonal, disponibilizamos:

T3 – Cápsula Slow Release

Essa fórmula é aviada em cápsulas com excipiente especial e projetada para promover a liberação lenta do hormônio T3 ao longo de até doze horas, maximizando sua eficácia e minimizando os possíveis efeitos colaterais.

A dosagem deve ser individualizada levando em conta as necessidades específicas de T3 e o nível de metabolismo basal de cada paciente. Sugere-se dividir a dose diária em duas tomadas. Em pacientes mais sensíveis, é aconselhável evitar que a segunda dose seja à noite, para não interferir no sono. Uma dose menor pode ser administrada no final da tarde. Devido à maior potência do T3, sugere-se calcular sua dosagem em aproximadamente 1/4 da dose que seria utilizada com T4.

T4 – Solução oral

Manipulamos a levotiroxina sódica em cápsulas orais, forma comumente utilizada nos tratamentos com esse hormônio, e também em solução oral especialmente desenvolvida para a melhor estabilidade e biodisponibilidade de T4. A solução pode ser administrada na forma de spray ou gotas orais. Para a troca da forma farmacêutica sólida (cápsula ou comprimido) para a forma farmacêutica líquida, aconselha-se monitorar as dosagens hormonais do paciente, visto que pode haver necessidade de adequar a dose conforme a individualidade do paciente. Pode ser usada na concentração de até 50mcg por gota/jato.

Por que associar T4 e T3?

O uso de T4 (levotiroxina) no tratamento de disfunções tireoidianas é amplamente difundido e bem aceito na medicina. No entanto, há situações em que a administração exclusiva de T4 não é suficiente para aliviar completamente os sintomas do hipotireoidismo como fadiga, ganho de peso, intolerância ao frio, pele e cabelos ressecados e queda de cabelo. Isso ocorre principalmente devido a dificuldades na conversão de T4 em T3, a forma ativa dos hormônios tireoidianos ou à incapacidade do hormônio de alcançar eficientemente tecidos específicos, comprometendo a eficácia do tratamento. Nesses casos, a reposição combinada de T3 e T4, em uma proporção de 1:4 a 1:5, é considerada uma abordagem fisiológica, por ser a proporção natural desses hormônios no corpo humano.

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Combo T4 + T3 slow release

Uma forma farmacêutica interessante para essa administração conjunta é a cápsula combo, que possibilita aviar o T4 com liberação normal e o T3 com liberação lenta em uma mesma cápsula. Essa forma é composta por 2 cápsulas conjugadas, sendo que o invólucro externo conterá o ativo com liberação padrão, e o interno conterá o ativo com liberação lenta (slow release).

Thyroid® (Extrato de tireoide em pó)

Extrato de tireoide porcina dessecada, padronizada em teores de levotiroxina e tri-iodotironina. Um grão (65mg) equivale a 34,2 – 41,8mcg de T4 e 8,1 – 9,9mcg de T3. O uso de extratos da glândula tireoide dessecada para o tratamento do hipotireoidismo é citado na literatura desde tempos remotos e, atualmente, vem sendo novamente apontado como uma opção terapêutica interessante para o tratamento do hipotireoidismo e normalização dos níveis dos hormônios tireoidianos.

Um estudo comparativo entre o uso isolado de levotiroxina (T4), do extrato de tireoide dessecada, ou de T4 e T3 combinados concluiu que os resultados do extrato de tireoide foram comparáveis ao uso de T4 e T3 associados, sendo esses tratamentos melhores para o controle dos sintomas do hipotireoidismo que o uso de T4 sozinho. (32)

Sugestão posológica: 65mg ao dia, com aumento de 30mg ao dia a cada 4-6 semanas. A maioria dos pacientes requer entre 60 – 200mg/dia.

IMPORTANTE

Este material é de apoio técnico para prescritores e é proibida a sua divulgação para consumidores, nos termos do item 5.14 da RDC 67/2007.

Fórmula para otimização dos hormônios tireoidianos

Composição de nutrientes que otimizam a função da glândula tireoide e a metabolização dos hormônios tireoidianos, os quais têm como principal atividade regular o metabolismo.

  • Betacaroteno 5mg
  • Cobre (quelado) 0,5mg
  • Iodeto de potássio 300mcg
  • L-tirosina 500mg
  • Vitamina A 1.500UI
  • Vitamina C Total 300mg
  • Zinco (quelado) 30mg
  • Selenio (selenometionina) 200mcg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose ao dia.

Fórmula para otimização dos hormônios tireoidianos com mio-inositol

Composição de nutrientes que otimizam a função da glândula tireoide e a metabolização dos hormônios tireoidianos, os quais têm como principal atividade regular o metabolismo.

  • Mio-inositol 600mg
  • Betacaroteno 5mg
  • Cobre (quelado) 0,25mg
  • Iodeto de potássio 300mcg
  • L-tirosina 500mg
  • Vitamina A 1.500UI
  • Vitamina C Total 300mg
  • Zinco (quelado) 30mg
  • Selenometionina 200mcg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose ao dia.

Antioxidante para a saúde tireoidiana

Fórmula com ação protetora da tireoide, devido à ação antioxidante dos seus componentes.

  • Black cumin 500mg
  • Vitamina C total 500mg
  • Mio-inositol 600mg
  • Selenometionina 200mcg
  • N-Acetilcisteina 600mg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose ao dia.

Fórmula vitamínica protetora da tireoide

Composto com nutrientes que contribuem para as funções tireoidianas e que são apontados por estudos como protetores contra o surgimento de doenças autoimunes da tireoide.

  • Vitamina D3 lipofílica 5000UI
  • Vitamina A (⅓ retinol ⅔ betacaroteno) 2000UI
  • Vitamina C total 300mg
  • Hidroxicobalamina 500mcg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose ao dia.

Solução de lugol

Forma de administração de iodo que contém iodeto de potássio 10mg e iodo metaloide 5mg/2 gotas, sendo administrada 1 a 4 gotas ao dia (cada gota tem aproximadamente 7,5mg de iodo total).

  • Iodo metaloide 5mg
  • Iodeto de potássio 10mg
  • Solução oral qsp 2 gotas

Sugestão de posológica: tomar 1 dose (2 gotas) ao dia, diluídas em meio copo de água. Deve ser acompanhada a função tireoidiana por serem doses suprafisiológicas de iodo.

Solução de lugol modificada

Variação da solução de lugol com proporções mais próximas das fisiológicas. Cada gota da solução contém aproximadamente 6,25mg de iodo total.

  • Iodo metaloide 5mg
  • Iodeto de potássio 7,5mg
  • Solução oral qsp 2 gotas

Sugestão de posológica: tomar 1 dose (2 gotas) ao dia diluída em meio copo de água.

Iodoral

Forma da solução de lugol em cápsulas, com proporções próximas das fisiológicas (12,5mg de Iodoral contém 7,5 mg de iodeto de potássio e 5mg de iodo metaloide).

  • Iodoral 6,25mg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose pela manhã e à noite.

Simbiótico para a saúde tireoidiana

Fórmula elaborada com base em estudo científico realizado em pacientes com hipotireoidismo (31), visando melhorar a disbiose relacionada às disfunções tireoidianas e os níveis de TSH.

  • Lactobacillus casei 2blh UFC
  • Lactobacillus acidophilus 1blh UFC
  • Lactobacillus rhamnosus 1blh UFC
  • Lactobacillus bulgaricus 1blh UFC
  • Bifidobacterium breve 2blh UFC
  • Bifidobacterium longum 2blh UFC
  • Streptococcus thermophilus 1blh UFC
  • FOS 500mg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose ao dia.

Para a reposição de hormônios tireoidianos

Levotiroxina sódica Liquid Essentia

A solução líquida de levotiroxina sódica pode ser administrada na forma de spray oral ou gotas orais. Na troca da forma farmacêutica sólida (cápsula ou comprimido) para a forma farmacêutica líquida, aconselha-se monitorar as dosagens hormonais do paciente, visto que pode haver necessidade de readequar a dose, diminuindo ou aumentando a concentração, conforme a individualidade do paciente. Pode ser usada na concentração de até 50mcg por gota/jato.

  • 1) Levotiroxina Sódica (T4) 80mcg
  • Solução T4 Liquid Essentia qsp 2 jatos

Sugestão de posológica: administrar 1 dose (2 jatos) via oral pela manhã.

  • 2) Levotiroxina Sódica (T4) 30mcg
  • Solução T4 Liquid Essentia qsp 2 gotas

Sugestão de posológica: administrar 1 dose (2 gotas) via oral pela manhã.

Tri-iodotironina sódica Slow Release

A forma de liberação lenta deve ser prescrita em cápsulas, de preferência dividindo a dose prescrita em 2 tomadas. Em pessoas sensíveis deve-se evitar que a segunda dose seja noturna, pois pode interferir no sono. Pode-se prescrever uma segunda dose menor no final da tarde. Devido à maior potência do T3, sugere-se calcular a dose do T3 correspondente a 1/4 da dose que seria usada de T4.

  • Tri-iodotironina (T3) Slow Release 10mcg

Sugestão de posológica: administrar 1 dose 2 vezes ao dia.

Combo T4 e T3 slow release

Forma farmacêutica para associação de T4 de liberação normal e T3 slow release, possibilitando a administração dos ativos em uma só tomada. É composta por 2 cápsulas conjugadas sendo que o invólucro externo conterá o ativo com liberação padrão, e o interno conterá o ativo com liberação slow release.

  • T4 40mcg
  • T3 slow release 10mcg

Sugestão de posológica: administrar 1 dose ao dia.

Extrato de tireoide - Thyroid®

Extrato de tireoide porcina dessecada, padronizada em teores de levotiroxina e tri-iodotironina. Um grão (65mg) equivale a 34,2 – 41,8 mcg de T4 e 8,1 – 9,9 mcg de T3.

  • Thyroid® 60mg

Sugestão de posológica: tomar 1 dose ao dia. Aumentar 15mg ao dia a cada 2-3 semanas. A maioria dos pacientes requer entre 60 – 180mg/dia.

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